Os talentos apreciáveis do que se pode chamar estilo português de jogar à bola têm tanto de sul-americano na criatividade e genialidade como os uruguaios têm de disciplina e alta exigência competitiva
Corpo do artigo
Custa-me sempre dizer que, numa fase final de um Mundial, Portugal ou outra qualquer equipa cheiinha de craques, dos que pisam os mais mediáticos palcos do mundo do futebol, é favorita ou tem mais condições para passar do que outra qualquer.
É verdade que Portugal, em teoria - e são tantos os critérios nessa teoria... -, apresenta-se como a formação favorita, lado a lado, arriscando este palpite, com o Uruguai.
Sem olhar a quaisquer históricos, os dois combinados têm jogadores que atuam nos mesmos palcos - massivamente, nas ligas europeias: deste nosso cantinho aos campeonatos dos Big Five (Inglaterra, Alemanha, Espanha, França e Itália).
Os talentos apreciáveis do que se pode chamar estilo português de jogar à bola têm tanto de sul-americano na criatividade e genialidade como os uruguaios têm de disciplina e alta exigência competitiva, em tudo idênticos ao adversário português.
Mas não meteria um dedo na guilhotina se tivesse que apostar na passagem destas duas seleções por contraponto aos restantes competidores: Coreia do Sul e Gana. Espreitando os asiáticos, Son Heung-min (Tottenham) é tão ou mais decisivo que Suarez (Atlético de Madrid), Cavani (Manchester United) e até Darwin (Benfica), embora não tenha um Ugarte (Sporting)...
Já o Gana, de Mumin (V. Guimarães), Mensah (Bordéus), Partey (Arsenal) e Jordan Ayew (Crystal Palace), sem o poderio ao nível de figuras das que fazem a diferença, poderá impor determinado tipo de jogo que complique a vida a qualquer um dos favoritos.