Leia a opinião do jornalista Hugo Sousa
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Há 15 pontos a separar o otimismo de Rúben Amorim da realidade. É evidente que o treinador do Sporting não podia reagir à derrota no clássico com um discurso a pedir divã, também é verdade que ser primeiro é o ideal, mas, no campeonato das finanças, não vem mal ao mundo ser segundo e até o terceiro lugar alimenta alguma esperança, porque da Champions podem chover milhões de motivos para espevitar a tal "força" que o treinador sportinguista diz ter para o que ainda resta da época. E a pergunta é mesmo essa: o que resta ao Sporting esta época?
A menos que a matemática permitisse um milagre digno de também se montar um palco de milhões no Marquês de Pombal para uma festa verde, com estes 15 pontos de atraso, o leão já anda pelo sétimo adeus anunciado ao título, além de ter visto a Taça da Liga fugir-lhe das mãos e a de Portugal escapar-lhe entre os dedos também. Talvez possa agora quebrar fronteiras e apostar a sério na Europa. Há de ser isso, se o Midtjylland deixar, ou uma dose cavalar de ansiolíticos em alternativa, porque, por cá, mesmo para ambicionar ainda ser segundo ou terceiro, teria de driblar FC Porto e Braga, que não desarmam.
Os dragões deram prova de vida em Alvalade e os guerreiros foram à Madeira prolongar o bailarico da Taça. Lá longe, muito longe, no conforto da poltrona, o Benfica não lhes ganhou pontos, mas continua a ter crédito para esbanjar, e sem rasto de poeira no retrovisor.