No FC Porto, há cinco avançados para dois lugares, ou seja, terão de pedalar muito pela titularidade. É o tipo de pedalada que falta à liga feminina portuguesa, onde tem ganho sempre o mesmo, e à vontade
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O que têm em comum os avançados do FC Porto, a Volta a França, o Mundial de Fórmula 1 e a seleção portuguesa de futebol feminino? O conceito de concorrência une-os - nuns casos pela existência e insistência, noutros pela ausência.
Sim, de certeza já ouviram dizer que a concorrência faz crescer, mas mesmo vindo à memória tratar-se de uma frase batida não lhe retira verdade. Nem atualidade, como nos lembraram nos últimos dias João Neves, do Benfica, e Fran Navarro, do FC Porto, ambos referindo-se ao maior número de opções para as posições que ocupam no respetivo plantel.
No caso do espanhol, mesmo considerando as qualidades e o conhecimento do futebol português, é evidente que, com Taremi, Evanilson, Toni Martínez e Namaso, terá uma luta diária e de mostrar serviço para entrar no onze. Como teve Jonas Vingegaard com Tadej Pogacar para vencer um Tour que foi dos mais espetaculares de sempre, daqueles que "vendem" e conquistam adeptos. O oposto da F1, onde ontem a Red Bull somou o 11.º triunfo em outras tantas corridas da temporada, nove de Verstappen...
A estreia de Portugal no Mundial feminino pode ser vista de muitas formas, uma derrota honrosa, um momento histórico, um ponto de partida... Tudo isso é certo, tal como é o facto de a liga portuguesa precisar de passar a ser mais Tour e menos F1: o Benfica é tricampeão, por duas vezes com nove e outra com cinco pontos de avanço para o segundo, sempre o Sporting. Entre outras coisas, falta concorrência para crescer e, algum dia, entrar-se num Mundial a olhar um vice-campeão mundial nos olhos.