Camarotes do Estádio do Leiria convertidos em quartos para refugiados ucranianos
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O Centro de Acolhimento Temporário foi criado no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, com os camarotes do estádio a serem convertidos em quartos para refugiados ucranianos. (fotografias Facebook/Twitter)
A secretária de Estado para a Integração e as Migrações, Cláudia Pereira, disse, em Leiria, que não há limite para receber migrantes e que Portugal tem todas as capacidades para dar resposta aos refugiados da Ucrânia.
"A pandemia mostrou que todos nos adaptámos. Portanto, estou muito confiante que também nos iremos adaptar [migração]. Basta ver que em pouco mais de uma semana chegaram mais de três mil pessoas ucranianas ao país de forma integrada. É muito significativo. A larga maioria está em casa de amigos e familiares. Estou confiante que vai decorrer da melhor forma e harmonia", disse Cláudia Pereira durante uma visita ao Estádio Municipal de Leiria, onde foi criado um Centro de Acolhimento Temporário.
Durante a visita ao Centro de Acolhimento Temporário, Cláudia Pereira teve oportunidade de falar com os dois primeiros refugiados que ali chegaram, na segunda-feira e deu-lhes as boas-vindas a Portugal. "Queremos que sejam muito felizes e que se sintam bem aqui", disse a secretária de Estado a Hanna e Vyacheslav, mãe e filho.
Um dia depois de falarem com a Lusa, estes refugiados já sabem dizer: "obrigado" e "bom dia" e a gratidão "imensa" mantém-se a mesma. "Dormi finalmente, depois de várias noites sem dormir. Estar num estádio é simbólico, é como estar a fazer uma grande corrida para chegar à meta", afirmou Hanna à secretária de Estado, pela tradução de Natalia, mulher de origem russa a viver em Leiria, que tem estado envolvida na ajuda aos ucranianos e que serve de intérprete.
Cláudia Pereira disse depois aos jornalistas que "é muito importante toda a generosidade e solidariedade que tem sido demonstrada, aqui na Câmara de Leiria em conjunto com as associações da região", elogiando os quartos improvisados, num total de 54 camas.
"É um espaço muito acolhedor, com muita dignidade para os primeiros dias. Depois as pessoas vão para outras respostas, encontrando emprego e tornando-se autónomas. É muito interessante a tradutora ser russa e estar com pessoas ucranianas. A guerra que se está a passar não traduz, muitas vezes, os laços que existem entre ucranianos e russos. É sempre bom ver este exemplo de pacificidade e de paz", frisou.
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