Volta a Portugal: vitória de António Carvalho não afetou amarela de Amaro Antunes
W52-FC Porto vai partir domingo com vantagem no contrarrelógio de Lisboa, podendo ganhar com o algarvio ou com Gustavo Veloso
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António Carvalho, da Efapel, venceu a 7.ª Etapa da Volta a Portugal, com 161 quilómetros entre Loures e Setúbal, mas Amaro Antunes manteve a camisola amarela, que irá defender amanhã, último dia de corrida, no contrarrelógio de 17,7 km em Lisboa. O ataque de Carvalho e de Luís Fernandes, da Rádio Popular-Boavista, na Serra da Arrábida, que valeu os dois primeiros lugares na etapa, acabou por não gerar diferenças de tempo entre os favoritos.
Embora a Rádio Popular-Boavista tenha colocado os seus corredores a aquecer antes da etapa, seguida por Atum General-Tavira e António Carvalho, da Efapel, num sinónimo de que todos pensavam atacar de imediato, a W52-FC Porto controlou depressa as primeiras tentativas de fuga, colocando Ricardo Mestre no primeiro grupo que ganhou alguma vantagem.
Quando Ángel Madrazo (Burgos-BH), Iol Irisarri (Caja Rural-Seguros RGA), Gavin Mannion (Rally Cycling), Anthony Delaplace (Team Arkéa-Samsic), Óscar Pelegrí (Feirense), Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO), Marvin Scheulen (LA Alumínios-LA Sport) e Joaquim Silva (Miranda-Mortágua) fugiram, aos 25 quilómetros, esse era um grupo que interessava à equipa do camisola amarela, a perseguição não existiu e a fuga depressa ganhou alguma vantagem.
A escapada acabaria por ser anulada a 24 km do final, e já depois da primeira passagem por Setúbal, tendo entretanto Luís Gomes aproveitado para somar pontos nas metas volantes e garantido a camisola vermelha para a Kelly-Simoldes-UDO, que amanhã estará no pódio de Lisboa.
Com a subida da Serra da Arrábida, e depois de um ritmo imposto pelo portista Ricardo Mestre, os primeiros ataques foram de RP-Boavista e Efapel, que isolaram Luís Fernandes e António Carvalho, respetivamente. A dupla ganhou 25 segundos durante a subida de 6,5 km e passou isolada na contagem de montanha de segunda categoria.
Mais atrás, a W52-FC Porto liderava um grupo de 12 perseguidores, com João Rodrigues a impor o ritmo na frente de Amaro Antunes e Gustavo Veloso quando faltavam 13,4 km a descer até à meta.
Inicialmente o grupo aproximou-se dos dois fugitivos na descida, chegando a tê-los à vista, mas Carvalho e Fernandes acabaram por repôr a vantagem, já que Rodrigues perseguia sozinho e a dupla não afetava a camisola amarela.
Já no plano rumo à meta de Setúbal, e com Carvalho e Fernandes novamente à vista, o Atum General-Tavira atacou e foram Amaro Antunes e Gustavo Veloso a liderar a perseguição, gerando um final emocionante, ganho por António Carvalho, num sprint muito sofrido com Luís Fernandes, pois do grupo dos líderes ainda saltou Luís Gomes, que por pouco não superou o axadrezado na meta.
Sem mudanças significativas na geral, Amaro Antunes vai partir amanhã com 13 segundos de vantagem sobre Frederico Figueiredo (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel), sendo em teoria mais forte nos 17,7 km de contrarrelógio em Lisboa. A maior ameaça à liderança do algarvio até poderá ser do colega Gustavo Veloso. O galego da W52-FC Porto está na terceira posição, a 1m13s da camisola amarela, sendo um especialista que venceu os "cronos" de encerramento da Volta a Portugal em 2017, 2016 e 2015.