Uesler fala sem filtros a O JOGO sobre o mau arranque do Fundão, mas não atira a toalha ao chão. Esperança resiste perante a "frustração e intranquilidade" pelos resultados
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A época ainda agora começou, mas o Fundão já vive dias de inquietação. Sem qualquer ponto somado nas primeiras cinco jornadas da Liga Placard, a Desportiva tenta encontrar respostas para um arranque que ninguém esperava. Aos 32 anos, Uesler, um dos capitães e referências da equipa comandada por Nuno Couto, fala sem rodeios a O JOGO sobre o momento difícil que o grupo atravessa, mas garante que a esperança continua intacta.
O diagnóstico é direto e sem eufemismos. "Temos noção de que é um dos piores arranques de época da Desportiva. Está a custar muito a máquina engrenar", admite o fixo brasileiro, que soma quatro épocas no emblema beirão. "Fizemos uma boa pré-época e estávamos com expetativas altas, mas está a ser difícil encontrar palavras. As coisas simplesmente não estão a sair como esperávamos", acrescenta.
Apesar do cenário negativo, Uesler assegura que a equipa não se desvia do caminho traçado. "Temos treinado bem, com intensidade e seriedade. Falta sorte, talvez. Temos muita gente nova e ainda estamos a criar rotinas. Mas acredito sinceramente que, quando a primeira vitória aparecer, vamos começar a engatar", garante o fixo, que não esconde que o fator emocional pesa neste momento: "O mais difícil é trabalhar sob derrotas. É uma mistura de tudo, ver que o treino corre bem e que, depois, nos jogos as coisas não se materializam. Isso mexe connosco. Há intranquilidade, há frustração, mas temos de saber lidar".
Pessoalmente, o momento também tem deixado marcas ao brasileiro. "Tem-me custado noites de sono. Já passei por isto noutro clube e sei como é complicado. Quando se entra numa bola de neve, é difícil travar. Tento falar com os mais jovens, dar conselhos, acalmar, porque já vivi estas fases e sei que passam", diz Uesler. Antes do início da temporada, o objetivo era ambicioso, mas a realidade forçou uma mudança de foco: "Inicialmente, queríamos estar sempre lá em cima, como é hábito. Agora, o único objetivo é sair desta situação. Só isso importa. Depois, sim, poderemos pensar no futuro".
Os próximos dois jogos prometem testar ao limite a capacidade de reação do Fundão: primeiro frente ao Benfica, em casa, e depois na visita ao pavilhão do Sporting. "São, provavelmente, os jogos mais complicados da época. Estamos tranquilos e com os pés assentes na terra. Sabemos que vai ser difícil pontuar, mas não é impossível. Temos de aumentar os nossos índices de concentração e competir ao máximo. Posso garantir que vamos lutar", remata Uesler.
Mais competitivo do que nunca
Para além de analisar o momento da equipa, Uesler fez questão de elogiar o nível competitivo que a atual edição da Liga Placard tem apresentado. "Esta liga está muito forte e equilibrada. Honestamente, não me lembro de um campeonato tão competitivo como este. As equipas reforçaram-se muito bem, há mais qualidade individual e coletiva, e isso sente-se em todos os jogos. Já não há momentos fáceis, qualquer erro pode mudar o rumo de um encontro. Hoje, quem quiser ganhar tem de estar sempre no máximo, porque qualquer deslize custa caro. É bom para o futsal português ver este nível de equilíbrio e intensidade, porque obriga todos a crescer", garante o fixo brasileiro.
