Queluz quer espantar na Taça de Portugal: "Se nos deixarem divertir muito, pode ser que corra mal..."
Este sábado joga-se a 15.ª jornada da Liga Portuguesa, mas domingo há jogos da Taça de Portugal e com equipas especiais. O Queluz vai recordar os seus tempos de glória frente ao Imortal, o Póvoa acolherá a Oliveirense em fevereiro
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Será um regresso aos tempos áureos, pelo menos por um dia. O Núcleo Basquetebol de Queluz, herdeiro dos direitos desportivos do histórico Clube Atlético de Queluz, vai receber este domingo o Imortal, clube da Liga, em jogo dos oitavos de final da Taça de Portugal. Apesar de militar no Campeonato Nacional da I Divisão (terceiro escalão), onde é líder da zona sul, o histórico emblema sintrense acredita numa surpresa, ou já não tivesse deixado para trás a Sanjoanense e o Angrabasket, ambos da Proliga. O CD Póvoa, líder a Norte da mesma divisão, jogará a 3 de fevereiro com a Oliveirense.
"Já fizemos o que tínhamos a fazer nesta competição, vamos jogar para nos divertirmos. Agora, se o adversário nos deixar divertir muito, pode ser que corra mal para o lado deles...", brinca o treinador Carlos Martins, ciente de que o Queluz vai enfrentar um rival muito complicado: "É um clube profissional, onde os jogadores treinam duas vezes por dia e não depois do trabalho. A estrutura física dos jogadores e o ritmo que impõem é diferente. Vamos tentar aguentar."
"Já fizemos o que tínhamos a fazer nesta competição, vamos jogar para nos divertirmos"
Contudo, há uma situação que pode jogar a favor do Queluz: hoje o Imortal joga em Ílhavo, enquanto os sintrenses têm o jogo com o vizinho Clube Basket de Queluz adiado. "O jogo com o Illiabum pode ser desgastante para o Imortal. Nesta fase não estão habituados a jogar duas vezes por semana", observa Carlos Martins. Na sua equipa, o problema é outro: os jogadores são trabalhadores e estudantes e "é complicado gerir as emoções, às vezes a cabeça não está cá".
A maioria dos jogadores do plantel principal do Queluz é oriundo das camadas jovens do clube e, por isso, sabe muito bem a história do emblema, que foi campeão nacional em 1984 e 2005. Há nove épocas no clube, Cipriano Cardoso, 24 anos, é um dos basquetebolistas mais antigos da casa. "Estive um ano de fora na União Sportiva, mas voltei o ano passado, porque me apresentaram um projeto aliciante", recorda o extremo, que concilia o basquetebol com o trabalho na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
"É difícil explicar o que se passa cá dentro"
Há mais tempo ainda no Queluz está o treinador adjunto, Gonçalo Faneco, que foi jogador durante 16 anos. "É difícil explicar o que se passa cá dentro. Há uma garra e raça que caracteriza o clube e que tentamos transmitir ao atletas", sublinha.
Cipriano Cardoso e Gonçalo Faneco são duas importantes ajudas para Carlos Martins preparar o jogo com o Imortal, que, como líder da zona sul do Campeonato Nacional da I Divisão e tendo o objetivo de subir à Proliga, é visto como um alvo pelos adversários. Mas, além da liderança, também a história do clube sintrense serve de motivação.
"Normalmente as equipas estão sempre completas quando jogam contra nós, já em outros jogos faltam sempre um ou outro jogador", nota o treinador Carlos Martins, que não permite que os seus atletas se distraiam contra adversários teoricamente mais fracos: "Normalmente, quem menos se aplica vai logo sentar-se ao nosso lado no banco."