Antigo piloto português passou pelo Mundial de Fórmula 1 em 1991.
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A "desilusão" depois de "um sonho concretizado" é aquilo que o antigo piloto português Pedro Matos Chaves recorda da passagem pelo Mundial de Fórmula 1 em 1991.
Aos 55 anos, Matos Chaves, que tinha começado a carreira nos karts e passou pelo troféu Toyota Starlet, Fórmula Ford e Fórmula 3000 antes de chegar à F1, diz que, olhando para trás, "foi uma desilusão".
"O que se passou na F1 foi uma desilusão. Foi a primeira vez que vi uma diferença tão grande entre carros na mesma corrida. Nós [na equipa Coloni] tínhamos um carro com 650 cavalos e a McLaren já tinha uns 800", recorda Matos Chaves, em declarações à agência Lusa.
O piloto portuense participou naquela temporada, mas não conseguiu qualificar-se para nenhuma prova. "Foi o ano em que houve mais carros na grelha, eram 34. Então, decidiram implementar um sistema de pré-qualificação, que eliminava quatro carros, e uma qualificação, que eliminava mais quatro. À pré-qualificação iam as piores equipas do ano anterior e as novas equipas. Nós éramos uma das piores do ano anterior", explica.
Pedro Matos Chaves considera que se tratou de uma decisão "política", pois acabou por defrontar "os Jordan e os Dallara, que faziam a sua estreia e já ficavam nos 10 primeiros". "Nunca tínhamos hipótese, apesar de até fazermos tempos melhores do que alguns que se qualificavam", lembra Pedro Matos Chaves, que acabaria por se sagrar também campeão nacional de ralis.
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Sobre o Grande Prémio de Portugal, recorda "uma alegria enorme", só por ter podido participar. "Era uma alegria, um sonho realizado. Eu era um tipo do Porto, que andava de vespa e sonhava ser piloto profissional e ali estava eu, com a família e os amigos. Ainda por cima, trouxemos um motor novo, que nos dava esperança. Infelizmente, partiu-se logo nos primeiros treinos", conta.
Agora espera "um bom espetáculo" no Algarve, no GP de Portugal deste fim de semana, 24 anos depois do último.