Petter Solberg, de 44 anos, está no Rali da Grã-Bretanha para dizer adeus ao desporto automóvel e faz equipa com o filho Oliver, de 18, que tirou a carta há uma semana!
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Petter Solberg, norueguês de 44 anos, escolheu o Rali da Grã-Bretanha, que já venceu por quatro vezes, para terminar a sua carreira como piloto. Mas, e como a sua família é especial, inscreveu um segundo Volkswagen Polo GTI R5, para o seu filho Oliver, de 18 anos, se estrear no Mundial. Naturalmente, o seu irmão Henning, tio do jovem, também não poderia faltar, pois corre o Mundial com um Skoda Fabia...
Ninguém sabe se Oliver vai conseguir uma carreira como a do pai, pois a herança é pesada.
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Petter, durante anos um dos grandes rivais de Sébastien Loeb, foi campeão mundial de ralis em 2003 e bicampeão mundial de ralicrosse em 2013 e 2014. A sua longevidade faz com que em Gales esteja a cumprir o seu 190.º rali no Mundial, o que lhe vale um terceiro lugar na história. Só somou 13 vitórias, mas por ter sido contemporâneo de Loeb, o único eneacampeão mundial do automobilismo. A vingança teve-a no ralicrosse, onde bateu regularmente o francês.
Já Oliver, é outro facto, tem sido bem preparado.
Aprendeu a trabalhar com uma caixa de velocidades aos cinco anos de idade e estreou-se no crosskart, na Suécia, aos oito. O pai perdeu esse momento, pois estava na altura no Rali de Portugal. "Lembro-me que se parou a conferência de imprensa para eu e o Sébastien vermos a corrida dele. Foi terceiro", recorda Petter. O jovem evoluiu nos ralis dos Estados Unidos, com um Subaru, depois de ter começado a experimentar carros de ralis com 15 anos.
"Isto vai ser muito emocional. A família tem uma grande história neste rali. É o local perfeito para passar o testemunho ao Oliver", comentou Petter Solberg antes de iniciar o Rali da Grã-Bretanha, no qual hoje tem o filho a partir à sua frente. "É bom estarmos juntos. Vamos poder conversar entre as classificativas e posso ajudar o Oliver a encontrar os melhores acertos. E neste rali as condições mudam muito depressa", explicou o veterano.
O jovem, que foi o mais novo de sempre a vencer uma prova no Europeu de ralis, chegou a Gales seis dias depois de ter tirado a carta de condução - obrigatória, para poder fazer os reconhecimentos -, com uma particularidade: teve de repetir o exame de código!
"Fiquei destroçado. O meu mundo desabou. Mas passei desse momento para o topo do mundo", brincou Oliver, um jovem sorridente que além de crescer a conduzir também aprendeu cedo... a lavar os carros do pai.
"Nós somos a maior família do desporto motorizado", diz Petter, que no Mundial tem o irmão mais velho, Henning, de 46 anos, e também já teve a mulher, Pernilla, nos ralis. O sogro é "Pi" Walfridsson, piloto da Volvo que ganhou o Europeu da Ralicrosse em 1980.
Se a família Solberg é única, isso também se deve ao talento. Petter, de regresso ao WRC depois de se ter despedido em 2012 - e desde então só fez o Rali de Espanha do ano passado -, chegou a Gales e foi o terceiro mais rápido na superespecial de abertura. Terá beneficiado de um piso menos degradado, mas mesmo assim foi uma proeza que se pensava ser impossível para um carro de WRC2!