O segredo do domínio da W52-FC Porto: "Quando um de nós veste a amarela..."
ENTREVISTA A AMARO ANTUNES - Vencedor da última Volta a Portugal continua otimista e, mesmo sem saber se será a principal aposta do bloco portista para 2021, define-se como um ciclista útil e preparado para lutar por todas as vitórias.
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"Todos remam pelo mesmo objetivo", garante Amaro Antunes, explicando a hegemonia da W52-FC Porto. Entre as boas memórias do triunfo na Volta a Portugal e as expectativas para a próxima época, diz a O JOGO que sente a mesma vontade de pedalar.
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Já fez muitos treinos, depois das emoções da Volta e de um descanso?
-Durante uns tempos, desconectei-me da bicicleta, na sequência de um ano tão atípico. Aproveitei para descansar e fazer outras coisas, mas agora já estou a treinar, dentro da normalidade, começando a preparar a próxima época e a delinear os objetivos.
Como têm sido esses preparativos para 2021?
- Estou na fase de pré-época, trabalhando de modo a que possa entrar da melhor maneira no novo ano. Gosto de estar fisicamente preparado, depois de um período de exceções e incertezas em relação às provas, o que acarretou mudanças. Para já, estou focado nos treinos e com vontade de pedalar, que é o mais importante.
Esse foco aponta já à Volta ao Algarve?
-Não o escondo, e toda a gente sabe, que a Volta ao Algarve é especial para mim. Mas o mais importante, de momento, é começar a preparar 2021 com todo o cuidado, principalmente para fazer boas corridas logo de início. Depois veremos como as pernas se vão apresentar, mas, se tudo correr bem e não houver azares, acredito que as primeiras corridas possam ser logo a nosso favor.
Que objetivos tem para a próxima época?
-Acima de tudo, serão objetivos à imagem de 2020: ser o mais regular toda a época, sempre ao dispor da equipa e preparado para o que ela precisar de mim. Quando surgir a oportunidade, lutar pelas vitórias, que é aquilo que mais nos motiva. São essas coisas, aliás, que nos levam a acreditar que é possível.
"Os objetivos serão à imagem de 2020: ser regular toda a época, sempre ao dispor da equipa e preparado para o que ela precisar de mim"
A W52-FC Porto tem dominado o panorama nacional dos últimos anos, mas com vários protagonistas. E se a aposta do Nuno Ribeiro para 2021 for num outro ciclista?
-São situações que se gerem bem. Serei sempre um ciclista útil para o diretor desportivo decidir o que melhor entender, pronto para ajudar os outros ou para vencer. O importante é a união e a entreajuda que tem caracterizado a equipa; todos teremos oportunidades para ganhar.
Como explica o domínio avassalador da W52-FC Porto?
-A união do grupo e a forma como encaramos as provas. Penso que são os pontos-chave. Este ano, por exemplo, na Volta a Portugal todos remaram por um só objetivo. Quando um de nós veste a amarela, todos remam para o mesmo lado. Isso é bom e torna-nos mais fortes.
A equipa ficou sem Gustavo Veloso, mas passa a ter Jóni Brandão...
-São decisões da equipa. Nós, ciclistas, temos de nos focar no aspeto competitivo. Por norma, as alterações são benéficas e continua a vigorar o mesmo lado bom, rumo aos êxitos que pretendemos.
Quais serão os principais rivais?
-Os rivais são todos aqueles cujo objetivo é vencer a Volta a Portugal. Temos todos em mente e nunca subestimamos adversários. Todas as equipas se reforçaram e todas têm um atleta ou outro para discutir as principais corridas. Os reforços estão distribuídos pelas equipas nacionais e ainda temos de nos preocupar com as formações estrangeiras que vêm à Volta. Não interessa especificar um ou outro rival.