Norberto Alves recorda Oliveirense: "Evitei às vezes dar alguns pontapés..."
ENTREVISTA >> Treinador do basquetebol encarnado tem gostado de conhecer Chema Rodriguez, Marcel Matz e Nuno Resende; e prepara-se para regressar a Oliveira de Azeméis, onde foi bicampeão
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A relação entre os treinadores das modalidades do Benfica é de partilha e apoio, segundo o técnico conimbricense, que está a gostar de viver em Lisboa e satisfeito por fazer menos quilómetros.
Como tem sido o contacto com os outros treinadores das modalidades do Benfica?
-Muito bom. Temos até um grupo no WhatsApp onde nos apoiamos, quando algo corre bem ou mal. Além de grandes profissionais, são excelentes pessoas. É fantástico quando estamos rodeados de excelentes pessoas. Gosto de ser um catalisador de química positiva entre jogadores e treinadores, até porque já tive vários momentos complicados, que me ensinaram que temos de viver o dia a dia com alegria. Ser treinador é uma profissão e quem a entende melhor são os outros treinadores. É a profissão mais avaliada do mundo, muitas vezes por pessoas que não percebem do assunto. O grupo do Benfica é fantástico.
É de Coimbra, cidade que considera boa para viver, mas não para trabalhar. Está a gostar de Lisboa?
-Coimbra tem de ter uma mentalidade mais competitiva. Espero que mude, para dar mais oportunidades aos jovens que se formam lá. Lisboa é uma cidade bonita. Estar aqui não exige tanto esforço de andar para cima e para baixo. Tenho aqui casa e isso é bom, porque na Oliveirense estava muito cansado. E um treinador cansado não rende. Foram quatro anos a fazer 200 km seis vezes por semana. Fui muito feliz lá, mas percebia que mais um ano assim e eu não iria ser bom.
Visita a Oliveira de Azeméis: "Vou ser sempre um deles"
A abrir 2022, o Benfica visita a Oliveirense (este domingo às 18h00, transmissão RTP2) para a 14.ª jornada da Liga, numa partida que marca o regresso de Norberto Alves a Oliveira de Azeméis. Ali, o técnico conquistou dois campeonatos, duas Taças Hugo dos Santos e uma Supertaça, prevendo-se um reencontro emotivo, mais do que o da primeira volta, na Luz, quando abraçou cada um dos elementos da antiga equipa. "Jogar em Oliveira de Azeméis vai ser muito difícil. Durante duas horas vou querer vencer, espero que me perdoem por isso. A seguir, vou ser um deles. Vou ser sempre um deles. Não me esqueço de como a Oliveirense lutou para ganhar. Sem desculpas e olhando para os seus erros. Quando perco um jogo, penso no que eu e a minha equipa fizemos de mal; possivelmente evitei às vezes dar alguns pontapés", soltou.