"O FC Porto é um clube de futebol, mas espero que as pessoas estejam orgulhosas de nós"
Magnus Andersson levou o FC Porto à final-four da Taça EHF e deixou elogios aos jogadores, que diz terem "vontade de crescer". Treinador sueco de 52 anos já tem duas Taças EHF no currículo, pelo Göppingen, da Alemanha, e vai para a terceira final-four da carreira, agora com o FC Porto. Garante que irá a Kiel para ganhar
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Magnus Andersson, senhor de um currículo fantástico como jogador, mas também já como treinador, tendo ganho, entre outros títulos, duas Taças EHF (2015/16 e 2016/17, pelo Göppingen, da Alemanha), está de novo na disputa da segunda mais importante competição europeia de clubes de andebol. "Merecemos estar nesta final-four. Derrotamos a principal equipa da Roménia, batemos equipas de Espanha e Dinamarca, que são países de topo na modalidade, e claro que houve uma mudança para nós quando vencemos o Magdeburgo", recordou o técnico do FC Porto, cuja ambição vai além do facto de estar na decisão da Taça EHF, em Kiel (Alemanha), nos dias 17 e 18 de maio.
"Continuarão a ser muitos jogos, muitas viagens, mas sabíamos disto antes. A verdade é que é fantástico ter a oportunidade de ganhar três títulos", admitiu o sueco, mostrando-se verdadeiramente convicto de que é possível vencer a "EHF": "Claro que é! Se não se sonhar não se ganha nada e se não acharmos que podemos ganhar não vale a pena irmos à final-four. Claro que temos respeito, sabemos muito bem o valor das outras equipas, mas temos de pensar desta forma."
"Continuarão a ser muitos jogos, muitas viagens, mas sabíamos disto antes. A verdade é que é fantástico ter a oportunidade de ganhar três títulos"
Dizendo-se "muito orgulhoso por fazer parte desta equipa", Magnus Andersson, de 52 anos (festejará 53 a 17 de maio, dia da meia-final em Kiel), coloca o foco nos jogadores. "Estou muito feliz por estar aqui, por trabalhar com este grupo e por estes rapazes. É que eles são mesmo bons rapazes, sabe? E querem algo mais do que andebol, não estão apenas contentes por isto que conseguimos, eles querem dar o passo seguinte", justificou, dividindo os louros do momento histórico por todo o grupo. "Fizemos isto juntos, não fui eu, foi o Martingo, foi o Telmo, foi todo o staff", acentuou o nórdico, que aproveitou para lembrar que o compromisso tem de se manter, para não correr o risco de falhar as conquistas: "Estamos muito orgulhosos, mas temos de continuar a ter o foco na competição. Eu sei que é mesmo aborrecido dizer isto, mas a verdade é que ainda não ganhámos nada. Vamos à final-four, claro que é bom, mas se ficarmos satisfeitos só com isso vamos perder o primeiro jogo, não importa contra que equipa."
"Vamos à final-four, claro que é bom, mas se ficarmos satisfeitos só com isso vamos perder o primeiro jogo, não importa contra que equipa"
"Assinei por mais três anos porque gosto de fazer parte do FC Porto, adoro o clube, adoro a cidade e as pessoas. O FC Porto é um clube fantástico", assumiu o técnico dos azuis e brancos, para quem os 2225 adeptos presentes no Dragão Caixa, anteontem, foram decisivos para a vitória sobre os franceses do Saint Raphael e para o respetivo apuramento para a final-four da Taça EHF. "Jogamos com oito jogadores... Este apoio é tão importante, é tão divertido jogar assim. Eu percebo que este é um clube de futebol, mas espero que as pessoas estejam orgulhosas do que estamos a fazer", disse o treinador sueco.
Futuro: "tudo isto é muito bom"
"Tudo isto é muito bom para o andebol português e para a seleção", disse Magnus Andersson, lembrando que há uma geração de muito jovens jogadores com bastante valor: "Temos uma excelente geração, com atletas como o Diogo Silva, o Rúben [Ribeiro], o Leo [Leonel Fernandes], o André Gomes, eles são o futuro. Depois há ainda o Miguel [Martins], o Rui [Silva], acho que Portugal está a trabalhar muito bem e até pode fazer um bom resultado no Europeu."