Judocas e treinadores satisfeitos com regresso aos treinos da seleção nacional
Seleção Nacional encontra-se a estagiar em Coimbra.
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Atletas e treinadores da seleção nacional de judo, que se encontra em estágio em Coimbra, mostraram-se satisfeitos e motivados com o regresso aos treinos de preparação das próximas competições, depois de vários meses de confinamento.
Para a judoca Telma Monteiro, trata-se de "uma sensação muito boa e de um momento, de certa forma, de esperança", porque estiveram "este tempo todo a treinar de forma condicionada" e só agora voltaram "a treinar juntos de uma forma mais completa".
"É um primeiro passo que está a ser dado e que é importante. Óbvio que estamos sempre a aprender e como melhorar, mas, para já, estou contente, como também me sinto segura, muito tranquila e feliz por voltar a treinar a 100%", disse a atleta mais titulada do judo português.
A atleta do Benfica realça que "toda a gente tinha saudades de praticar judo a 100% e de conviver uns com os outros", apesar de ter tido a possibilidade de treinar em casa com outros colegas de equipa durante a fase de confinamento.
"Embora não tenha sido o treino a 100%, consegui sempre manter-me a treinar, o que, de certa forma, me ajudou a ultrapassar esta fase de forma mais positiva", disse Telma Monteiro.
Salientando que existe "um ambiente muito bom na seleção", a judoca que foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Rio2016 refere que os atletas já não se viam há muito tempo, embora a seleção olímpica feminina já tivesse realizado um estágio.
A benfiquista Bárbara Timo também não escondeu a felicidade por voltar a encontrar os companheiros de seleção, considerando o regresso aos treinos uma "catarse". "Fiquei muito feliz de reencontrar os meus amigos, todos dentro das regras de segurança, e senti-me segura, pois não estaria aqui se não me sentisse segura no requisito de saúde", afirmou a judoca nascida no Rio de Janeiro e naturalizada portuguesa em janeiro de 2019.
O atleta Rodrigo Lopes, também do Benfica, mostrou-se "muito feliz" de estar de volta a trabalhar com a equipa, apesar de durante os meses críticos da pandemia ter treinado numa casa com um grupo de companheiros do clube 'encarnado'.
"Fiquei à espera deste dia durante muitos meses. Todos os dias torcia para poder voltar a treinar com a minha equipa. Acho que está a ser muito bom para mim e estou muito feliz de estar aqui", enfatizou. O judoca de origem brasileira naturalizado português considera que o estágio organizado pela Federação "veio numa altura excelente" para que os atletas pudessem voltar a trabalhar "como uma equipa".
A maioria dos atletas "conseguiu manter os treinos, adaptados às circunstâncias, em casa ou no exterior, mas todos conseguiram manter a sua aptidão física", constatou a treinadora sénior feminina Ana Hormigo. "É normal que tenha havido [uma quebra física], mas rapidamente acreditamos que também vão conseguir atingir os níveis em que estavam", frisou a técnica, considerando que agora interessa é a "retoma em segurança".
Segundo Ana Hormigo, os atletas "estão todos muito agradados e esse é o principal objetivo neste primeiro estágio de judo". "No fundo, para a maioria dos atletas é mesmo a retoma do judo e da seleção nacional, que era o mais importante, e estávamos todos muito ansiosos para que isto acontecesse", realçou.
O treinador da seleção nacional de juniores, Marco Morais, encontrou os atletas "bastante motivados, com bom espírito, vontade de recomeçar a trabalhar e felizes por estarem todos juntos outra vez". "Temos um bom espírito de grupo, um bom espírito de equipa e isso reflete-se depois no treino", disse o técnico, salientando que o estágio pretende avaliar fisicamente os atletas, "tentar ao máximo dar o maior número de sensações possíveis de judo e, ao mesmo tempo, passar uma mensagem nacional, de que as coisas estão a caminhar no caminho certo".
Marco Morais considera "que estão todos bastante bem [fisicamente], porque tiveram cuidados em casa durante este período de pandemia e houve um grande trabalho por parte dos clubes de tentar manter as atividades, como aulas online, e alguns puderam fazer trabalhos no exterior".