José Azevedo foi o escolhido para conduzir o leme da Katusha após a saída de Ekimov. Método e organização já o tinham catapultado na direção desportiva, mas nova promoção eleva responsabilidades.
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"Quando a equipa ganhar, não serei chamado. Mas quando perdermos, esse será o momento em que precisarei de estar presente e assumir responsabilidades. Quero que todos sejam honestos, profissionais e deem o máximo. Só dessa forma estaremos na luta pelas vitórias." Neste defeso, José Azevedo subiu um patamar na seleta hierarquia do pelotão internacional, com o vila-condense a substituir o russo Viatcheslav Ekimov no comando da Katusha-Alpecin e a assumir os galões de "manager geral" da milionária formação de capital russo e alemão, que irá para a estrada em 2017 com o objetivo declarado de ser a melhor equipa do mundo. Em Calpe, no Sul de Espanha, no estágio de apresentação da nova Katusha, Azevedo foi mencionado como o novo "chefe" numa promoção meteórica na estrutura após três anos de funções e ao cabo de apenas sete épocas como diretor desportivo. Ao suceder a Ekimov, que deixa como principal legado a afirmação do russo Zakarin como um dos três chefes de fila, Azevedo assumirá toda a responsabilidade organizativa da "máquina" Katusha, o que implica coordenar uma estrutura de cerca de cinquenta pessoas, entre ciclistas e staff, em competição por todo globo durante mais de 250 dias por ano.
Entre as novas responsabilidades, encontra-se a definição do calendário e principais objetivos dos três líderes da equipa: o reforço alemão Tony Martin (ex-Etixx), o sprinter norueguês Alexander Kristoff e o russo Ilnur Zakarin. Martin terá como enfoque a Volta a França, sobretudo o contrarrelógio de abertura em Dusseldorf onde espera discutir a camisola amarela. Antes, correrá as clássicas de abril - é forte candidato a estar na Volta ao Algarve, onde tem competido nos últimos anos - e, mais tarde, tentará o assalto ao quinto título mundial de contrarrelógio. Já Kristoff está empenhado em regressar às grandes vitórias ao sprint e a discutir o Paris-Roubaix, e Zakarin tomará as rédeas do veterano catalão Joaquim Rodriguez - de saída para a Bahrain-Merida - como a única aposta nas Grandes Voltas, sabendo-se que, em 2017, correrá o Giro e a Vuelta.
Apesar das 14 nacionalidades presentes no plantel de 26 ciclistas, Azevedo terá a companhia de outros portugueses.
No elenco, pelo terceiro ano, mantém-se o famalicense Tiago Machado a que se junta o combativo José Gonçalves (ex-Caja Rural), uma das dez novas contratações. E Ricardo Sousa é um dos doze massagistas da equipa.