Com 34 anos e 165 internacionalizações, o jogador do Sporting garante estar bem para continuar a representar Portugal "com todas as forças"
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João Matos tem 165 jogos e 20 golos pela Seleção Nacional de futsal e este domingo, em Kaunas, na Lituânia, vai viver, pela segunda vez, um dos maiores momentos da sua carreira, depois da final do Europeu de 2018, em Ljubljana, na Eslovénia, quando ajudou Portugal a conquistar o título, ao derrotar a Espanha no jogo decisivo.
Como é que se sentem antes de um momento único e como pensam dar a volta a uma seleção que só sofreu seis golos?
"O grupo está extremamente motivado e confiante, tem sido um trajeto extraordinário desde o dia 8 de agosto. E é para estes momentos que nos fomos preparando e que nos preparou este senhor aqui ao lado [selecionador Jorge Braz], principalmente a nível mental, para a chegada deste momento. Agora, garantidamente vamos arrepender-nos se não desfrutarmos e se não dermos a vida neste jogo. Vamos olhar muito para nós, para a estratégia e para o planeamento do jogo e aproveitar o momento".
Qualidade do adversário, campeão do Mundo em 2016
"Vamos defrontar uma Argentina forte, que vive muito do seu coletivo e da sua fome de competir. Tem sido assim nos últimos cinco anos, esta Argentina não foge muito da equipa do Mundial de 2016 na Colômbia, mas Portugal tem aqui brecha para causar muitos estragos. No entanto, se dermos a vida e se houver confiança e rigor no nosso processo, acredito que vamos conseguir".
Está a cem por cento fisicamente para a final? Com 34 anos, este poderá ser o último Mundial?
"Tem sido duro, foram três jogos com prolongamento, extremamente intensos, já tive algumas queixas, a bolada na cabeça não ajudou à festa, mas nada nos vai mandar abaixo e nada, num momento como este, nos pode retirar deste jogo. O próximo Mundial é daqui a três anos, não é daqui a quatro, e não faço ideia do dia de amanhã, trato-me e cuido-me bem, e enquanto tiver forças para continuar a jogar e enquanto este senhor quiser que eu esteja ao lado dele eu estarei. Nunca irei dizer que nunca e enquanto estiver no momento de forma adequado para representar o meu país, estarei cá com todas as forças".
"Dar a vida por todos e por Portugal"
"Dou a vida praticamente em todos os jogos. No último jogo, acho que dei tanto a vida que nem força tinha para festejar e tive que rapidamente recolher ao balneário porque estava extremamente exausto. Se formos contabilizar os minutos que o míster Jorge Braz a jogar, não foram esses minutos que me levaram à exaustão. É apoiar, é incentivar, é cobrar, é estar atento, alertar os colegas, é viver as emoções do jogo. Eu tenho essas características, sinto muito jogo e para mim dar a vida não é só dentro do campo. Se dermos a vida uns pelos outros, esse percentual vai ajudar-nos a triunfar na vida e desportivamente também. O dar a vida é isso: é entregar-nos ao jogo com corpo e alma em cada lance e na forma como puxamos pelo colega. Amanhã é mais um dia que vou dar a vida pelo grupo, por Portugal, por todos nós".