Atletas do país vizinho aguardam a indicação de poder voltar a Portugal para reunir com as suas equipas. Temem ser barrados nas fronteiras
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Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol, anunciou que as fronteiras estão abertas para os ciclistas no dia 21 de junho. Ou seja, os atletas poderão sair de Espanha para se juntarem às equipas e aos estágios das mesmas em qualquer ponto do Espaço Schengen, sem que tenham de garantir que cumprem o isolamento de 14 dias.
Portugal, no entanto, continua como exceção, pois o Executivo luso liderado por António Costa mantém a proibição ao país vizinho até final de junho. São só uns dias de diferença, é certo, mas há um imbróglio por resolver, já que neste momento os 16 ciclistas espanhóis que correm por equipas portuguesas estão impedidos pela determinação do Governo de voltar. Ainda assim, a medida é controversa, pois, em teoria, os atletas com contrato rubricado em Portugal terão o direito de entrar em solo luso para exercer a sua profissão. Hoje, os ciclistas e as equipas tratam de documentação que comprove que são trabalhadores no país para não terem problemas nos postos transfronteiriços. Ainda assim, não há garantia que entrem e, por isso mesmo, temem ser barrados, daí que peçam esclarecimentos.
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"As fronteiras abrirão nos próximos dias e não acredito que haja problemas, mas sim que podem precisar de uma autorização para virem treinar cá, ainda que tendo o contrato de trabalho assinado em Portugal não precisassem de qualquer papel extra", diz a O JOGO Jorge Piedade, diretor do Aviludo-Louletano, que teve os seus quatro ciclistas espanhóis retidos há três meses - pela entrada do Estado de Emergência -, entre os quais Vicente García de Mateos, candidato à vitória da Volta a Portugal. O Louletano é a equipa mais afetada pela situação, mas Piedade confirmou mesmo que nem tentou apressar o regresso, justamente pela incerteza: "Legalmente posso fazê-lo, mas ainda não o fiz."
Alejandro Marque, do Atum General/Tavira/Maria Nova Hotel, Raúl Alarcón e Gustavo Veloso, da W52-FC Porto, todos já vencedores da Grandíssima, são outros nesta situação. Ainda que seja provável fazerem altitude para a Volta a Portugal em Espanha, as equipas tencionam ver os atletas de volta o quanto antes.