A terceira jornada do campeonato da NFL termina esta madrugada, mas o assunto será sempre a opinião do presidente dos Estados Unidos e a reação, quase unânime, da NFL
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Há motivos para desconfiar do repentino ataque de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, à mais popular liga desportiva naquele país, a NFL? Na verdade, há duas razões óbvias e que voltaram à luz da atualidade depois do líder da Casa Branca ter proposto, através de mais um incursão na rede social Twitter, que a NFL despedisse os jogadores que se ajoelham durante o hino nacional.
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Depois de um domingo em que equipas e jogadores uniram-se no protesto contra as palavras de Trump, fazem-se contas às opiniões do presidente norte-americano, que posteriormente ao primeiro tweet e perante o aumento da contestação passou a criticar até a qualidade e interesse do atual campeonato da NFL.
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A relação de Trump com a NFL nunca foi muito cordial, bastando recordar que na década de 1980 o então empresário comprou uma equipa - os New Jersey Generals - num campeonato recém-criado, a USFL - pretendia ser rival da NFL - e cujo campeonato decorria durante a paragem do principal campeonato de futebol americano. A USFL foi criada em 1983, fechou três anos depois e sem alcançar o objetivo de ser absorvida pela NFL como sucedera na década de 60 com a AFL.
Trump não desistiu de chegar à NFL e 30 anos depois juntou-se aos candidatos que tentaram adquirir os Buffalo Bills em 2014, após a morte do fundador. Perdeu a corrida para o magnata do gás natural, Terry Pegula, desabafando então no Twitter. "Recusei-me a pagar uma quantia escandalosa. Teria feito dos Bills uma equipa vencedora. Agora, isso não acontecerá."
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Agora que está na Casa Branca, volta a criticar a NFL, desta feita contestando os jogadores que se ajoelham durante o hino, um movimento criado na pré-época da temporada passada por Colin Kaepernick. O então quarterback dos San Francisco 49'ers pretendia chamar a atenção para o que considerava ser a crescente "desigualdade racial" nos Estados Unidos, então no topo dos noticiários após casos de violência policial.
Kaepernick continua sem equipa, é verdade - pode-se questionar até opção de quase todos os donos de equipas na NFL, algumas a necessitar de um bom QB, que agora juntaram-se ao protesto dos jogadores -, mas à boleia de Trump conseguiu o que sempre quis, discutir a desigualdade racial. A questão promete prolongar-se no tempo, até porque é conhecido o estilo de Trump.
O que não é verdade é que haja uma união absoluta dos jogadores. Se por um lado nenhum deles terá gostado de Trump apelar ao despedimento dos que protestam - nem de referir-se aos atletas como "son of a bitch" -, nem todos são favoráveis ao movimento "Take a Knee" durante o hino americano que antecede o início de cada partida da NFL. Alejandro Villaneuva, dos Pittsburgh Steelers, por exemplo, não seguiu a restante equipa que só entrou em campo depois do hino, deixando-se filmar e fotografar junto da saída do túnel, mão direita sobre o peito... Drew Brees, quarterback dos New Orleans Saints, questionou também a opção; adeptos assobiaram e apuparam os jogadores em alguns estádios, o hashtag #boycottNFL já inunda as redes sociais.
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