4.º Grande Prémio Douro Internacional terá duas chegadas em alto e oito prémios de montanha em 589 km. Embora a quase dois meses de distância, a corrida mais jovem e entusiasmante do calendário nacional será um grande teste para a Volta a Portugal, pela exigência única em quatro dias recheados de subidas.
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Entre Mauricio Moreira, José Neves e Luís Mendonça, vencedores das primeiras três edições, só o uruguaio da Sabgal-Anicolor estará entre os candidatos à conquista do 4.º Grande Prémio Douro Internacional, mas nem será dos principais favoritos. A corrida por etapas mais jovem e inovadora do calendário nacional vai ter este ano uma edição dedicada a trepadores, com quatro etapas que impressionam pelos números: oito contagens de montanha, metade de primeira categoria e duas a coincidir com as chegadas das segunda e terceira etapas, isto dentro de um total de 211 quilómetros a subir numa prova que tem 589!
O Douro Vinhateiro tem paisagens que são Património Mundial da UNESCO devido às belas encostas ao lado do rio, o que significa, para quem vai de bicicleta, estar quase sempre a subir ou a descer. Esta quarta edição, entre Resende, Santa Marta de Penaguião, Carrazeda de Ansiães, Tabuaço, Armamar e Lamego caprichou nos desníveis, ao ponto de as etapas poderem enganar: Carrazeda de Ansiães e Armamar têm finais em montanha, mas irá subir-se mais durante as etapas de Resende (57 km no total) e de Lamego (54 km).
As duas metas em contagens de primeira categoria terão ainda a virtude de serem totalmente diferentes. A segunda etapa subirá praticamente desde a foz do Tua até ao centro de Carrazeda de Ansiães, em 20,1 km de inclinações suaves (3,3%), pelo que os bons roladores estarão na luta se o ritmo não for demasiado elevado. Já a terceira etapa, entre Tabuaço e Armamar, será a mais curta, mas com características de “rainha”: sobe-se a Desejosa (5,5 km a 6,5%), uma primeira categoria, depois a segunda categoria do Fontelo (18,2 km a 3,8%) e o final será em 6,75 km inclinados a 6,9% (e com pontos que superam os 13%), uma escalada para trepadores puros.
A quarta edição repetirá o final em Lamego, este ano sem subida antes da meta, pelo que a última etapa só alterará as classificações em caso de grandes ataques, sempre uma possibilidade após três dias de enorme desgaste, agravado por outro fator, a previsão de temperaturas a rondar os 30 graus durante o fim de semana.
A vitória será discutida entre as nove equipas continentais portuguesas, tendo as sete formações de sub-23 a “sobrevivência” como principal preocupação, e não será simples indicar um possível vencedor numa época que tem sido equilibrada, apesar de a Sabgal-Anicolor estar a mostrar a sua força, depois de ter perdido o GP O JOGO/Leilosoc para Emanuel Duarte e a Credibom-LA. Certo é que o vencedor terá pernas para, a partir de 24 de julho, também lutar pela Volta a Portugal.
No pelotão há gente muito conhecida
As 16 equipas, estando a maioria atualmente no GP Abimota, ainda não revelaram as suas formações, mas grande parte dos corredores conhece bem o traçado da prova, pois além das nove profissionais também as equipas sub-23 são habituais convidadas. A única novidade será a espanhola Maglia Tecnosylva Bembibre, pois a sua conterrânea Zamora faz muito do calendário português.