O ciclista russo Alexander Evtushenko (Lokosphinx) atacou esta sexta-feira para a vitória e para a liderança do 2.º Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela, mas foi Ricardo Mestre (W52-FC Porto) a perfilar-se como candidato ao triunfo final.
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Alexander Evtushenko imitou a papel químico a tática que lhe deu a vitória na primeira etapa da Volta a Castela e Leão e, à entrada para o quilómetro final da primeira tirada, já no coração de Celorico da Beira, atacou os seus três companheiros de fuga para cortar a meta isolado, com o tempo de 5:14.03 horas.
O jovem de 23 anos, que não sabe falar outra língua que não o russo, 'traiu' aqueles que o acompanharam durante mais de 75 quilómetros, deixando o espanhol Jesús del Pino (Efapel) e o português Ricardo Mestre (W52-FC Porto), respetivamente segundo e terceiro, a cinco segundos.
Terceiro na meta, o 'dragão' algarvio, que é segundo na geral, a oito segundos de Evtushenko, é agora o grande candidato a vencer a segunda edição da prova beirã, graças a um pelotão estilhaçado, que chegou a Celorico da Beira a 3.38 minutos do vencedor da primeira etapa.
"Saímos para esta etapa com a convicção de que este dia iria fazer mais diferenças na geral do que a etapa de domingo. Ninguém vai querer arriscar na subida à Torre", revelou Mestre, referindo-se à terceira e última etapa, que sobe ao ponto mais alto de Portugal continental, antes de descer rumo a Manteigas.
Apesar da lição bem estudada, o vencedor da Volta a Portugal de 2011 recusa assumir-se já como favorito: "Ainda falta bastante corrida. Nas últimas semanas, tenho tido boas sensações. Mas a etapa de hoje foi muito longa, muito dura, fez muito calor. Vai passar fatura a muitos ciclistas."
Antes do desfecho em Celorico da Beira, a corrida seguiu agitada nos 199 quilómetros que mediaram entre Penamacor e a chegada, com várias tentativas de fuga desde as primeiras pedaladas.
Já depois de uma queda coletiva, que partiu o pelotão em dois, após a meta volante de Orca, situada ao quilómetro 28,6, dois grupos, o primeiro com seis ciclistas, e o segundo com 13, estiveram isolados na frente, antes de serem 'caçados' por um muito reduzido pelotão, com cerca de 50/60 unidades, ao quilómetro 105.
Pouco depois, lançaram-se em fuga Evtushenko, Mestre, Pino, que é terceiro na geral a 10 segundos, e Beñat Txoperena (Euskadi-Murias), com o quarteto a alcançar uma vantagem de cerca de quatro minutos sobre o grupo perseguidor, encabeçado unicamente pela LA Alumínios-Metalusa BlackJack.
A equipa de Albergaria-a-Velha não encontrou colaboradores para partilhar as despesas da perseguição -- o Sporting-Tavira do campeão em título, Jóni Brandão, alinhou desfalcado de dois corredores, e as outras duas grandes interessadas na geral, a W52-FC Porto e a Efapel, estavam representadas na fuga -, e, assim, a vitória na tirada ficou entregue ao quarteto da frente, que deverá discutir entre si o triunfo final.
No sábado, a segunda etapa vai testar novamente a resistência dos corredores, com a ligação de 192 quilómetros entre Fornos de Algodres e Trancoso a incluir três contagens de montanha (uma de segunda categoria e duas de terceira).