Governo espanhol responde à UCI: "Branquear um genocídio é contra os valores do desporto"
Resposta chegou esta noite através do Conselho Superior do Desporto
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A UCI criticou o governo espanhol por apoiar os protestos pró-Palestina e contra a equipa Israel-Premium Tech, durante a Vuelta, e a resposta chegou esta noite, através de um comunicado do Conselho Superior do Desporto.
"Branquear um genocídio através do desporto contraria os valores mais básicos do desporto. Ficámos profundamente constrangidos e surpreendidos com a sua declaração [UCI]. Em Espanha, tal como em todas as sociedades democráticas, o direito de manifestar-se livre e pacificamente é um direito fundamental. Se a causa for igualmente justa e nobre, como é o caso da defesa dos direitos humanos, essa expressão livre e pacífica adquire o estatuto de obrigação moral", começa por dizer o comunicado do presidente do CSD, José Manuel Uribes em carta dirigida a David Lappartient, presidente da União Ciclista Internacional.
"Com a mais profunda admiração e o maior respeito pelos nossos atletas e, como sempre fizemos, expressando a nossa rejeição a qualquer tipo de comportamento violento, acreditamos que o desporto não pode permanecer indiferente ao que se passa no mundo, e muito menos permanecer alheio às graves violações dos direitos humanos. Não há paz sem justiça, e usar o desporto para 'branquear' um genocídio como o que está a ser cometido em Gaza, com milhares de mortos, crianças inocentes e uma fome já declarada pelas Nações Unidas, é uma posição política que contraria a Carta Olímpica e os valores mais fundamentais do desporto", prossegue a comunicação do CSD.