Vuelta ainda na ordem do dia: "Atiraram pregos para a estrada, tentaram travar ciclistas que iam a 50 km/hora..."
Louis Vervaeke, da Soudal QuickStep, detalhou alguns dos momentos vividos na Vuelta
Corpo do artigo
A Vuelta continua na ordem do dia, não tanto pela vitória de Jonas Vingeggard, nem pelo desempenho de João Almeida e da equopa UAE Emirates, mas ainda pelos incidentes que resultaram os protestos de ativistas pró-Palestina, especialmente em Madrid, na última etapa.
Louis Vervaeke, da Soudal QuickStep, é mais um ciclista a dar uma visão do que sucedeu, um olhar do interior do pelotão: "Antes da etapa de Bilbau estávamos relativamente descontraídos, mas essa etapa abriu-nos os olhos logo na primeira passagem pela meta. Não se deve dizer isto assim, mas eles eram quase como animais selvagens atrás de uma barreira a tentar escapar", afirmou.
OUTRAS DECLARAÇÕES
"Eles não percebem o quão perigoso é tentar travar um ciclista que vai a quarenta ou cinquenta quilómetros por hora. Houve também locais onde atiraram pequenos pregos para a estrada. Isso já é ir demasiado longe, não é? Alguns diretores desportivos até me disseram que houve manifestantes a saltar de pontes com cordas para parar os carros. Nem tudo ficou registado pelas câmaras."
"Nós só queríamos correr e não queríamos que a corrida fosse comprometida. Mas estivemos em perigo. Sentimo-nos apanhados num conflito político. Foram demasiado longe e em Madrid tornou-se simplesmente insustentável. Tudo o que aconteceu também não foi uma escolha dos corredores da Israel PremierTech. Eles vestem aquela camisola com aquela bandeira, e hoje isso está carregado de um peso enorme. Sofreram muito com isso e só queriam que a Vuelta acabasse. Alguns corredores até perguntaram se não tínhamos um lugar na equipa para eles no próximo ano. Sentiam que não podiam simplesmente ir para casa, porque estão sob contrato e receavam o risco de serem despedidos. Isso foi mesmo muito triste para eles."