Poucos ataques na montanha durante a Volta a Itália levaram a que fossem feitas algumas críticas aos ciclistas. João Almeida explica a sua visão
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Muito se esperou por ataques dos favoritos nas principais etapas, mas o Giro foi sempre muito controlado e, tirando as duas mexidas de Roglic e o sucesso de João Almeida para vencer uma etapa, os favoritos defenderam-se até ao contrarrelógio. A curta distância entre favoritos realçou isso mesmo e houve muitos detratores da estratégia. Almeida defende-se. "Em etapas com mais de cinco mil metros de acumulado não dá para tudo. Há culpa da organização: foram dias ao frio e chuva e etapas planas muito longas. Se a etapa está na frente, na fuga, não vale a pena matar a equipa. Havia risco de isso acontecer e é importante pouparmos energia dentro do possível.
Além disso, nas montanhas de 15 km há sempre o receio de alguém meter o gás e aí ficarmos sem forma de responder. Nesse caso perdemos minutos e isso faz mossa", explicou o corredor de 24 anos da UAE, que conta a O JOGO que não esperava ataques na etapa 19, a meio da etapa rainha, como acontecera no Giro 2021 e 2020, por exemplo: "Com o contarrelógio do dia a seguir achei que poucos se atreveriam a atacar no Passo Giau. Havia montanhas logo a seguir e era um risco atacar, ficar sem equipa e sem forças mais à frente. No Giro de 2020 tínhamos uma etapa plana a seguir. Neste tínhamos o contrarrelógio e sabíamos que era a subir no final. Não dava para recuperar esforços desses."
João realçou que foi "importante ter feito o reconhecimento" para o segundo contrarrelógio, "porque era mais técnico" e que no último era tudo à base das "pernas": "Trabalhei muito bem a técnica de mudar de bicicleta e o resto era ter capacidade para subir. Era muito duro. Fiz o melhor que pude. Preparámos muito bem esse dia. Não tinha referências dos outros, mas sabíamos que era dar o nosso melhor e gastar tudo o que tínhamos."
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