Geraint Thomas: "Quando se tem a camisola amarela, tem-se um pouco mais de motivação"
O ciclista britânico venceu a terceira etapa da Volta ao Algarve.
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O britânico Geraint Thomas (Sky) voou esta sexta-feira no contrarrelógio da terceira etapa da Volta ao Algarve e ficou muito perto de garantir um inédito terceiro triunfo na prova.
Com o belga Victor Campenaerts (Lotto-Soudal) sentado na cadeira da liderança praticamente desde o início - foi o 17.º a sair para o crono -, o líder Thomas, vencedor da Algarvia em 2015 e 2016, "estragou" o dia do campeão europeu da especialidade no último momento.
O galês, que tinha subido à liderança na véspera, cumpriu os 20,3 quilómetros em Lagoa em 24.09 minutos, menos 11 segundos do que Campenaerts, 19 do que o suíço Stefan Kung (BMC) e 22 do que o português Nelson Oliveira (Movistar).
"Senti-me muito bem ontem [quinta-feira], mas não sabia muito bem o que esperar hoje. Tentei começar forte e, quando se tem a camisola amarela, tem-se um pouco mais de motivação. Fiquei surpreendido de a conseguir segurar, mas senti-me bem e consegui vencer", assumiu.
A curta, mas dura, subida ao Alto do Malhão, em Loulé, é o último obstáculo à terceira vitória de Thomas, de 31 anos, na Volta ao Algarve, com o polaco Michal Kwiatkowski a ser o mais sério oponente, a 22 segundos, mas não deverá atacar a liderança do colega de equipa da Sky. Nelson Oliveira é terceiro a 32.
"[Terceira vitória na Volta ao Algarve] Seria fantástico, mas há muito bons trepadores. Temos de passar amanhã [sábado] primeiro e depois pensar no último dia", referiu Thomas.
O percurso do crono era exigente, com uma rampa de grande inclinação antes dos cinco quilómetros, com um constante sobe e desce até aos cinco quilómetros finais, que eram sempre a descer, aproveitados por Campenaerts para fixar desde cedo um tempo de referência (24.20 minutos).
Nos pontos intermédios, vários corredores ameaçaram a liderança do belga, mas Nelson Oliveira, Kwiatkowski e Kung não conseguiram manter o ritmo até final e apenas o último a chegar conseguiu destronar Campenaerts.
Vencedor do contrarrelógio da primeira etapa da Volta a França em 2017, Thomas terminou a corrida com uma média de 50,435 km/h, num exercício em que o alemão Tony Martin (Katusha-Alpecin), igualmente duas vezes vencedor da prova algarvia e que venceu o crono em três ocasiões, foi sexto, a 27 segundos.
José Gonçalves (Katusha-Alpecin) foi o segundo melhor português na tirada, na 16.ª posição, a 1.09 minutos do vencedor, enquanto o espanhol Alejandro Marque (Sporting-Tavira) foi o vencedor entre as equipas portuguesas, na 40.ª posição, a 1.57.
A velocidade a que Thomas correu o contrarrelógio foi madrasta para os portugueses André Santos (Vito-Feirense-Blackjack) e David Ribeiro (LA-Alumínios), que gastaram mais 25 por cento do que o tempo total do britânico e foram desclassificados.