Jared Gordon recordou episódio traumático para contestar projeto de lei na Califórnia.
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Jared "Flash" Gordon recordou, via redes sociais, o episódio de violação de que foi vítima quando tinha nove anos.
Numa extensa publicação no Instagram, o lutador de artes marciais mistas, que brilha no UFC, lembrou os pormenores para contestar um projeto de lei da legislação da Califórnia, que prevê a redução de pena para adultos que tenham relações sexuais com menores.
"Fui violado por um homem quanto tinha nove anos. Brutalmente violado. Tive de fazer sexo oral e anal. Não fazia ideia do que estava a acontecer. Pensei que tinha feito algo de errado e estava a ser castigado por algo. Ainda hoje consigo sentir e lembrar-me dos cheiros e sabores. Arruiunou a minha vida, naquele momento, segui um caminho completamente diferente daquele em que estava. Tornou-me uma pessoa cheia de ódio. Tornou-me violento e acabei por seguir o caminho do álcool e das drogas. Jurei matar aquela pessoa quando fosse mais velho. Felizmente, foi apanhado num esquema de pornografia infantil e, com as acusações que lhe foram imputadas, foi preso", começou por referir Gordon, antes de aludir ao projeto de lei:
"Esta é a merda mais bizarra que já vi. Se concordarem com isto, saiam da minha frente. Não há forma de um menor dar consentimento ou perceber sexo. Nem sei o que dizer", rematou o lutador de 32 anos.
https://www.instagram.com/p/CExT1zBpqMZ/?igshid=1nso1tup8h1vj
O projeto de lei em questão, que será reencaminhado para o gabinete do governador Gavin Newsim, tem como objetivo reduzir sanções para adultos que tenham sexo consensual com um menor, desde que este seja, no máximo, 10 anos mais novo. "Se foi aprovado, uma pessoa de 24 anos pode ter relações sexuais com uma criança de 15 anos sem que tenha de ficar registado como agressor sexual", explicou, no Twitter, o senador estadual Shannon Grove.
Segundo a lei atual da Califórnia, é ilegal que um adulto possa ter sexo consensual com um adolescente entre 14 e 17 anos - que não pode dar consentimento legal -, mas as relações vaginais não implicam o registo do referido adulto na lista de agressores sexuais, desde que, o menor seja, no máximo 10 anos mais novo. Já sexo oral ou anal exige esse registo, algo que poderia mudar com o novo projeto de lei.
Scott Wiener, o senador que apresentou a proposta, considera que a lei atual visa "desapropriadamente os jovens LGBT que não incorrem em relações vaginais".