Ciclista italiano foi prata na perseguição por equipas dos Mundiais de pista.
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O ciclista italiano Filippo Ganna, que esta quinta-feira foi prata na perseguição por equipas e na sexta-feira compete na perseguição individual dos Mundiais de pista, disse à Lusa que só pensa "em beber uma cerveja no hotel".
Ao lado de Jonathan Milan, Manlio Moro e Francesco Lamon, o italiano, recordista da Hora, acabou batido pelo Reino Unido na luta pelo título mundial, não conseguindo fazer jus ao estatuto de campeão olímpico na disciplina no Velódromo Nacional de Saint-Quentin-en-Yvelines, em França.
É o primeiro título mundial desde 2018 para os britânicos, que hoje bateram os campeões em título com um tempo de 3.45,829 minutos, necessários para o quarteto composto por Ethan Hayter, Oliver Wood, Ethan Vernon e Dan Bigham cumprirem os quatro quilómetros.
Para Ganna, estes Mundiais, nas mesmas tábuas que vão receber os Jogos Olímpicos Paris'2024, serão o final de uma época longa, dividida entre a estrada, a pista e o fazer história no desporto.
No dia 8 de outubro, no velódromo suíço de Grenchen, "Top Ganna" conseguiu o que ninguém tinha sido capaz desde 1995, quando Chris Boardman estabeleceu um Melhor Esforço Humano no recorde da Hora.
Essa longínqua marca ficou para trás, assim como a alcançada, pouco antes, por Dan Bigham, que além de "pistard" é engenheiro de performance na INEOS, equipa que o italiano também representa.
O ciclista de 26 anos cumpriu 56,792 quilómetros, uma marca histórica que só parece ao alcance do próprio nos próximos anos, e admitiu, à Lusa, que este esforço lhe custou no dia de hoje.
"Depois de muitas semanas a treinar para o recorde da Hora, é difícil. Na recuperação, também", notou.
Apesar de perder o arco-íris nesta corrida, Ganna mostrou-se contente com uma prata "muito boa", corolário de um "trabalho fantástico" que deu seguimento a um 2022 quase perfeito para a equipa. "Depois de Tóquio'2020, talvez tenhamos colocado a fasquia demasiado alta, e também a pressão. Hoje, fizemos uma performance fantástica e esta é uma equipa fabulosa", declarou.
Ganna deixou ainda elogios a Manlio Moro e Jonathan Milan, ambos sub-23, e agradeceu-lhes, "porque trabalham muito bem e podem ser o futuro do ciclismo italiano".
O ciclismo italiano, de resto, muito lhe deve, entre sete títulos mundiais, um ouro olímpico, e incontáveis outros pódios em campeonatos do mundo e da Europa, além do que faz na estrada, como especialista do contrarrelógio e não só, num palmarés que inclui seis etapas da Volta a Itália.
Sem conseguir olhar ainda para a perseguição individual, cuja qualificação, e finais, são na sexta-feira, e na qual enfrentará o português Ivo Oliveira, só lhe restava um pensamento na zona mista do velódromo. "Quero chegar ao hotel e beber uma cerveja", atirou, antes de um "obrigado" em português enquanto se encaminhava para a zona do pódio.
Portugal está representado em Saint-Quentin-en-Yvelines por Ivo Oliveira, Rui Oliveira, João Matias, Maria Martins e Daniela Campos, num Campeonato do Mundo que decorre até domingo no mesmo velódromo que vai acolher a especialidade nos Jogos Olímpicos Paris'2024.
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