Telma Monteiro enaltece prémio refletido na união desportiva e resiliência.
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A judoca Telma Monteiro enalteceu a união entre atletas e entidades desportivas e a sua resiliência como o reflexo do galardão de atleta feminina do ano, atribuído hoje pela Confederação do Desporto de Portugal (CDP).
"Este é um prémio da união dos atletas e das entidades responsáveis pelo desporto e de resiliência da minha parte, o que me deixa muito feliz. [Vencer] A 14.ª medalha em 14 Europeus foi muito especial para mim. Portanto, este prémio, num ano tão especial, é ainda mais especial", expressou aos jornalistas, no final da cerimónia que decorreu no Estádio Nacional, em Oeiras.
Telma Monteiro, de 35 anos, medalha de bronze no Rio2016, venceu pela quinta vez o galardão, repetindo os êxitos de 2010, 2011, 2014 e 2016, após ter conquistado a medalha de prata nos Europeus de 2020, naquela que foi a sua 14.ª subida ao pódio em competições continentais.
"Tem sido um ano de muita perseverança e resiliência por parte de todos os atletas. Da minha parte, tem sido um desafio todos os dias, os que trabalham comigo diariamente conseguem ver isso melhor. Tem sido um desafio conseguir estar entre as melhores do mundo. Particularmente nestas circunstâncias, não tem sido fácil", sublinhou.
A atleta agradeceu o apoio do Benfica, clube que representa, da Federação Portuguesa de Judo (FPJ) e do Comité Olímpico de Portugal (COP), por permitir "que os atletas continuassem a treinar e a ter o seu apoio", num ano que classificou como "um dos mais difíceis" da sua carreira, o que pode levar a "uma recompensa com mais sabor" no fim.
"Este é um ano muito difícil pelas circunstâncias. Em 2016, tinha menos cinco anos e vai sendo cada vez mais difícil. Esse, para mim, é o grande desafio, continuar a exigir de mim como se tivesse 20 anos. Enquanto estiver a competir, é esse o desafio e o que vou tentar fazer", disse.
Antes dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, que se realizam de 23 de julho a 08 de agosto, decorre o Campeonato Europeu de judo, em Lisboa, entre 16 e 18 de abril, para o qual Telma Monteiro espera "estar a um bom nível".
"A preparação está a correr bem. Tive uma pequena dor num ombro que me impediu de treinar a 100%, mas agora já retomei os treinos a 100% e espero estar a um bom nível no Campeonato da Europa", afirmou.
Telma Monteiro bateu Auriol Dongmo, que, em 2020, se qualificou para os Jogos Olímpicos, ao bater sucessivamente os recordes nacionais do lançamento do peso, especialidade na qual conquistou o título europeu em pista coberta, já em 2021, a ginasta Filipa Martins, também apurada para Tóquio2020 e distinguida em 2015, a ciclista Maria Martins, medalhada nos Europeus de pista, e a canoísta Joana Vasconcelos, que venceu a Taça do Mundo de Szeged.
A cerimónia também galardoou como desportista masculino do ano o piloto Miguel Oliveira, que esteve ausente da cerimónia por já se encontrar no Qatar, onde o Mundial de MotoGP se inicia a partir de sexta-feira.
Aos 26 anos, Miguel Oliveira recebeu pela quarta vez esta distinção, tal como em 2015, 2017 e 2018, depois de se ter tornado no primeiro português a vencer corridas no Mundial de MotoGP, com os triunfos na Áustria e em Portimão.
Miguel Oliveira impôs-se ao canoísta Fernando Pimenta, vencedor do galardão em 2016, que no ano passado chegou às 100 medalhas internacionais, ao ciclista João Almeida, que andou 15 dias na liderança da Volta a Itália e terminou a prova italiana em quarto, ao piloto Filipe Albuquerque, que conquistou o Mundial de resistência, e ao futebolista Cristiano Ronaldo, campeão italiano pela Juventus.
Os vencedores foram eleitos através de uma votação pública, depois de a lista de finalistas ter sido definida por um júri de figuras ligadas ao desporto, com base nas nomeações das federações desportivas.
Este ano foram apenas galardoados os Atletas do Ano femininos e masculinos, 'caindo' os galardões para melhor treinador, melhor equipa e jovem promessa, sem que seja também realizada a tradicional Gala da CDP, devido à pandemia de covid-19.