Antes de ir para o rio treinar de manhã, é habitual ver Emanuel Silva atrás do balcão na Pastelaria Viena, em Braga, negócio que tem há oito anos com a esposa e mais um sócio
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Canoísta deixou de receber bolsa de medalhado para passar a receber a de finalista. Ainda assim, com a ajuda do Sporting, não se considera mal pago.
Sofreu um corte na bolsa olímpica no pós-Rio"2016?
-Ficar a 20 centésimos do pódio roubou-nos 200 e poucos euros por mês, mas são os critérios que o COP tem. Ainda bem que o Sporting apoia a minha preparação. Dá-me uma lufada de ar fresco, para eu andar de cabeça tranquila.
Considera-se bem pago?
-Sim. O meu estilo de vida também é simples. Não quer dizer que, quando acabar a carreira, não precise de fazer mais nada. Tenho de trabalhar.
A canoagem já lhe deu para fazer um pé de meia?
-Já tenho um pé de meia muito bom. Consigo sempre ter alguma disponibilidade para juntar dinheiro mensalmente. Sou poupado.
E o negócio da pastelaria?
-É mais da minha esposa e do meu sócio. Ajudo quando há uma grande afluência. Como a funcionária só entra às 10h00, vou sempre para trás do balcão antes, dou uma ajuda, porque os clientes não gostam de esperar e se eu estou lá e sei fazer...
Reconhecem-no?
-Sim, dizem que é um privilégio serem atendidos por um campeão. Eu digo: "Não sou nada. Sou o Emanuel das canoas, mas aqui sou só mais um". Mas gostam e admiram a minha atitude. Já me calhou servir refeições, ir lavar pratos, fazer pizzas... Como o estabelecimento também é meu, tenho de colaborar.