Berlina, carrinha e SUV todos num só são uma surpresa, mas o que realmente destaca a novidade francesa do segmento mais alto é a sensação de bem-estar a bordo
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A maioria dos compradores de carros novos parte indeciso e com várias opções. Uma das dúvidas, sobretudo quando se vai para um segmento superior, será optar pela berlina, pela carrinha ou por um SUV. O Citroën C5 X, apresentado na passada semana em Barcelona e que chegará aos clientes portugueses em junho, evita as hesitações. O regresso da marca francesa ao segmento D, tendo as inevitáveis novidades no que toca a conforto, é um verdadeiro três em um: uma berlina espaçosa que aparenta ser um SUV - o que já se vira no C4 -, tendo uma traseira ao estilo "station wagon". E, naturalmente, muito espaço
Foi numa autêntica ronda entre as localidades do hóquei em patins catalão - Barcelona, Granollers, Vic, Manresa e Igualada -, alternando trajetos de cidade, auto-estrada e zonas de média montanha, que o C5 X se deu a conhecer, mais os seus três motores, todos a gasolina: 130 cavalos (preços a partir de 34.857 euros), 180cv (€41.157) e híbrido plug-in, com 225 cv (€ 44.653).
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Os motores
O 1.2 PureTech 130 S&S e o 1.6 PureTech 180 S&S, ambos com caixa automática de 8 velocidades, dão a alma de verdadeiro estradista ao C5 X, tendo sempre potência disponível, mas não a pensar em grandes acelerações, embora a velocidade máxima seja de 210 Km/h e o mais potente dos motores térmicos anuncie uma aceleração 0-100 km/h em 8,1 segundos. Os consumos anunciados pela Citroën, de 6,0 e 6,5 l/100 Km, não estão longe da realidade.
O C5 X Hybrid plug-in é obviamente o mais entusiasmante. Tem uma velocidade máxima de 233 Km/h (135 em modo elétrico), faz os 0-100 Km/h em 7,8 segundos e anuncia consumos de 1,3 l/100 Km em modo híbrido (emissões de 29g de CO2/Km). Os 55 quilómetros de autonomia elétrica foram por nós comprovados e mesmo depois de esgotada a bateria é simples manter os consumos baixos, até porque a recuperação de energia surpreende. Com alguns quilómetros no modo Sport foi possível ter de novo 25% de carga e finalizar a viagem de novo como elétrico.
Última nota: o silêncio e paz a bordo é tal que convém ter atenção aos limites de velocidade. A berlina-break-SUV acelera quase sem se notar.
O conforto
Na Citroën a palavra-chave sempre foi conforto, que começa pelas suspensões, embora nos tempos atuais isso também se estenda às tecnologias de ajuda a condutor. O C5 X estreia a suspensão ativa Citroën Advanced Comfort - no híbrido, tendo três modos à escolha do condutor - que passou com total indiferença por uma lomba em curva, num dos exemplos da sua eficácia, e tem bancos com o mesmo nome.
Para quem conduz, o centro de ação é o Extended Head Up Display, que projeta as informações na estrada em grande dimensões, permitindo utilizar o ecrã de instrumentos digital com menos dados. O novo sistema de informação MyCitroën Drive Plus tem um ecrã tátil de 12 polegadas e reconhecimento de voz natural e as tecnologias de auxílio já permitem andar em condução semiautónoma, muito útil em auto-estradas repletas de radares como as de Barcelona.
A altura ao solo leva a uma condução numa posição mais elevada do que o habitual numa berlina - o tal efeito SUV... - e a distância entre eixos de 2,785 metros permite um interior espaçoso. A habitabilidade no banco traseiro quase dá para esticar as pernas. Bastante comprido - 4,805 metros -, o C5 X tem uma bagageira com o volume de 545 litros e até a sua abertura cria a sensação de se tratar de uma carrinha. Rebatendo os bancos traseiros, o espaço cresce para 1640 litros.
A conclusão
O regresso do C5, o Citroën do segmento superior, faz-se com uma proposta que inova na estética, ao combinar elementos de berlina, carrinha e SUV, mas o verdadeiro objetivo foi garantir muito espaço e uma posição de condução elevada que completa a sensação de conforto conferida pelos materiais de qualidade, ajudas tecnológicas e motores que fazem do C5 X um grande estradista.
... mas ainda há mais!
O Citroën C5 X só começará a circular nas estradas portuguesas em junho, mas quem apreciar ciclismo poderá vê-lo um pouco antes. A partir de maio, a equipa patrocinada pela marca francesa, a AG2R Citroën, terá dez das novas berlinas, na versão Hybrid, como carros de apoio. Levando sete bicicletas no tejadilho, vão juntar-se a nove C5 Aircross Plug-in Hybrid e sete SpaceTourer, estes funcionando fora das corridas.
São 26 viaturas, o que revela a dimensão das equipas World Tour. Com 29 ciclistas, a AG2R Citroën compete grande parte da época em três provas distintas.