Candidatura de Ricardo Antunes vai contestar eleições na federação de ginástica
A Lista B, liderada por Ricardo Antunes, disse esta sexta-feira que vai contestar os resultados das eleições da Federação de Ginástica de Portugal (FGP), que reelegeram o presidente Luís Arrais, por encontrar “graves irregularidades” no processo.
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“Estamos a estudar todas as vias possíveis. Vamos contestar”, afirmou o candidato, em declarações à Lusa, após uma ata hoje divulgada ter dado como válidos dois votos inicialmente nulos em 15 de dezembro, conseguindo maioria absoluta para o atual presidente, Luís Arrais.
Antes, em comunicado que apelida o processo que reelegeu Luís Arrais como presidente da direção para um segundo mandato como “eleições da vergonha”, a Lista B, encabeçada por Ricardo Antunes, que já tinha sido derrotado no sufrágio de 2020, afirma não reconhecer e contestar os resultados.
“A Lista B não reconhece e contesta os resultados eleitorais anunciados pela FGP, após a abertura e contagem de votos nulos. A Lista B acusa o Presidente da Mesa da Assembleia Geral, Carlos Morais, candidato da Lista A, e a Comissão Eleitoral da Federação de Ginástica Portuguesa de múltiplas violações do Regulamento Eleitoral, alegando manipulação dos resultados e desrespeito pelas normas que garantem a transparência e a legalidade”, pode ler-se na nota enviada às redações.
Em causa, quanto à candidatura liderada por Ricardo Antunes, estão factos omitidos na ata eleitoral, “reclamações que nunca poderiam ser apresentadas”, a validação e abertura de votos previamente considerados nulos, isto “para benefício da Lista A”, que, com dois votos após processo de validação de nulos levado a cabo na quinta-feira, conseguiu ser eleita por maioria absoluta e evitar segunda volta, que estava já aprazada para 11 de janeiro de 2025.
Nesse dia, serão disputadas, segundo ata do presidente da Mesa da Assembleia Geral, as lideranças dos Conselhos Fiscal e de Ajuizamento, em que uma maioria absoluta não foi alcançada, com Arrais a eleger um membro para o Conselho de Disciplina, contra dois da Lista B, de Ricardo Antunes, uma divisão replicada no Conselho de Justiça.
Exigindo “transparência e respeito pelas regras”, considerando o processo “ilegal” que decorreu na quinta-feira, quanto aos votos nulos, a Lista B considera esta rem causa “uma fraude eleitoral”.
De acordo com a ata hoje divulgada, a segunda volta está agendada para 11 de janeiro de 2025, entre as 12:00 e as 18:00, depois de uma recontagem de votos, após protestos das listas a concurso, ter levado à definição da direção, da Mesa da Assembleia Geral (MAG), do Conselho de Disciplina e do Conselho de Justiça para o quadriénio 2025-2028.
No Conselho Fiscal, um empate a 21 votos para cada uma destas listas, com dois para a Lista C, de António Guerreiro, e no de Ajuizamento uma vitória de 21 contra 20 para a Lista B, com três para a C, ditaram a segunda volta.
Na direção, Arrais venceu com 23 votos, contra 19 de Antunes e dois de Guerreiro, com quatro nulos registados – numa primeira contagem, quinta-feira, eram seis os nulos, numa federação em que a ausência de maioria absoluta de uma lista determina a realização de segunda volta, passando a quatro na quinta-feira.
Nas eleições ocorridas em 15 de dezembro, Arrais, que preside à FGP desde 2020, tinha obtido 21 votos, contra 19 de Ricardo Antunes, igualmente derrotado no ato eleitoral anterior, e dois de António Guerreiro, numa contagem com seis votos nulos.