Suíço é visado no novo livro do antigo ciclista Phil Gaimon. A União Ciclista Internacional (UCI) já reagiu, dizendo que vai investigar.
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Retirado desde o final da época de 2016, o norte-americano Phil Gaimon publicou a sua autobiografia, na qual voltou a lançar a suspeição sobre o suíço Fabian Cancellara, que também se retirou no ano passado, e já fora acusado de ter competido com um motor escondido na bicicleta, em especial nas vitórias de 2010 na Volta a Flandres e no Paris-Roubaix.
"Não acreditava até ouvir os antigos companheiros a falar de certas corridas em que o Cancellara tinha o seu próprio mecânico, a sua bicicleta era mantida separada de toda a gente e ele afastava-se do quem é quem dos dopados. Quando vemos as imagens, as suas acelerações não parecem, de todo, naturais, como se ele tivesse dificuldade em manter-se em cima dos pedais. Aquele c... provavelmente tinha um motor", escreveu Gaimon em "Animais de Carga: Viver o sonho de ciclista profissional (era uma vez)" (tradução livre).
Na sequência destas acusações, a União Ciclista Internacional (UCI), pela voz do presidente David Lappartient, já fez saber que o organismo vai investigar o caso. "A este nível, não posso adiantar mais nada, mas espero que isso nunca tenha acontecido no ciclismo profissional. Se tiver sido esse o caso, seria um desastre para a imagem do ciclismo", afirmou o responsável.
Em 15 anos como ciclista profissional, Cancellara venceu oito etapas da Volta a França e três na Volta a Espanha, além de ter sido bicampeão olímpico e quatro vezes campeão do mundo de contrarrelógio.
A forma como fugiu a Tom Boonen na Volta a Flandres de 2010 e a aceleração que conseguiu no Paris-Roubaix do mesmo ano, deixando ficar Bjorn Leukemans, ficaram para sempre como suspeitas, assim como a sua queda nos Jogos Olímpicos de 2012, quando a bicicleta deu a sensação de acelerar numa curva.
O suíço sempre negou as acusações e a verdade é que, até à data, apenas foi encontrado um motor na bicicleta da jovem belga Femke Van den Driessche, que foi punida com seis anos de suspensão, e já este ano nas de dois corredores amadores.