Britânico, que terminou a carreira de ciclista em 2016, revela problemas na infância e dificuldade em lidar com a fama.
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O vencedor da Volta a França, em 2012, Bradley Wiggins revelou que foi assediado sexualmente por um treinador quando era adolescente.
"Fui assediado por um treinador quando era mais jovem, tinha uns 13 anos, e nunca o aceitei por completo. Isso teve impacto em mim como adulto, mas enterrei o assunto. O meu padrasto era bastante violento comigo, chamava-me maricas por usar licra e coisas assim, por isso nunca pensei dizer-lhe. Era tão solitário... Só queria sair daquele ambiente. Isolei-me. Tornei-me num adolescente estranho em muitos sentidos e penso que as bicicletas surgiram na minha vida por causa da adversidade", contou o antigo ciclista à Men's Helath UK.
A relação com o pai, Gary Wiggins, que também foi ciclista, também não era a mais saudável. "Deixou-nos quando eu era muito novo e conheci-o quando já tinha 18 anos. Desenvolvemos uma relação, mas não nos falámos nos últimos dois anos, antes de o assassinarem [em 2008]...", referiu o britânico, de 41 anos.
Em Londres'2012, Bradley Wiggins venceu a medalha de ouro e a fama que esse ano lhe trouxe não foi fácil de suportar. "Fui empurrado para esta fama e adulação que veio com o sucesso. Sou uma pessoa introvertida e reservada. Não sabia quem eu era, por isso adotei uma espécie de véu de estrela de rock. Não fui realmente eu. Provavelmente foi o período mais infeliz da minha vida. Tudo o que fiz foi ganhar para outras pessoas e as pressões que surgiram por ser o primeiro vencedor britânico do Tour... Realmente lutei com isto", desabafou.
A lutar contra uma depressão, o atleta diz que tem de seguir uma rotina e "treinar todos os dias", além de "não beber em demasia".
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