Presença nos campeonatos da Europa de 2022 e 2024 e do Mundo de 2025 e 2027 são objetivos traçados por Vera Lopes, a nova Diretora Técnica Nacional para as seleções.
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"A ideia é ter alguém que seja oficialmente responsável por tudo o que é andebol feminino. Há os técnicos, os dirigentes, mas não havia ninguém que fizesse o elo de ligação, que juntasse as peças e que criasse a linha orientadora". É assim que Vera Lopes, a nova e recente Diretora Técnica Nacional para as seleções femininas, explica as funções que passou a desempenhar no andebol.
"Há uns anos, já tinha apresentado um plano estratégico de desenvolvimento do andebol feminino em Portugal e as pessoas da federação gostaram muito do projeto, mas na atura não tinham verbas para me incumbir desta missão", revela Vera Lopes, que começou a jogar aos 24 anos no Porto Salvo e foi uma das melhores atletas portuguesas de sempre, tendo jogado em Espanha (Itxaco) e três épocas na Islândia (IBV). "Existe na federação o projeto Rumo 2028 e agora a ideia é reajustar o plano estratégico a esta realidade, organizando de uma forma clara as captações para as seleções nacionais, as seleções regionais e identificar os grupos de trabalho em que temos de nos começar a focar para o referido projeto Rumo 2028", prosseguiu Vera Lopes, assumindo objetivos bastante ambiciosos: "Queremos a equipa sénior A nos campeonatos da Europa de 2022 e 2024 e nos campeonatos do Mundo de 2025 e 2027." Recorde-se que, em femininos, Portugal apenas esteve numa grande competição internacional, o Europeu de 2008, ficando no 16.º e último lugar.
"O meu objetivo principal é organizar o andebol feminino"
"Uma das minhas metas vai ser trabalhar bastante na formação, para se conseguir chegar ao escalão de seniores com mais qualidade", explicou ainda a antiga internacional A, que pretende "garantir que as atletas tenham as melhores condições possíveis de trabalho". Isto significa ter "estágios mais e melhor preparados em termos organizativos, ter treinadores específicos para guarda-redes ou garantir que haja sempre o mesmo material disponível, como os masculinos têm".
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Colégio de Gaia dá o exemplo
Jorge Tormenta, coordenador e fundador do andebol no Colégio de Gaia, nunca esquece que a equipa das atuais campeãs nacionais (de seniores e juniores) e vencedoras da Taça de Portugal, estando na I divisão desde 1988/89, movimenta 112 atletas e andou sempre entre os cinco primeiros. "Há uma grande ligação entre todas as jogadoras, que vão juntas a torneios, fortalecendo o espírito de equipa e a estabilidade no corpo orientador, diretivo e técnico, onde se destaca Paula Castro, responsável pelas seniores", relata. O Colégio de Gaia, sendo um clube ligado a uma escola, conseguiu quebrar a hegemonia de mais de duas décadas das equipas da Madeira. "Sempre mantivemos o mesmo rumo, a aposta na formação e amadorismo, melhorámos o nível das equipas e os adversários deixaram de ter o mesmo poder financeiro ", completa. Perto de atingir os 80 jogos internacionais, e apoiado por câmara, junta de freguesia, pais de atletas e patrocinadores - a Toyota está com o projeto há 25 anos - o Colégio de Gaia é a único clube da cidade com títulos nacionais regulares e vive o sucesso da sua quarta geração de grandes jogadoras, algumas já de saída para o estrangeiro.