ENTREVISTA >> Na Luz, Norberto Alves revela ter uma palavra decisiva nas contratações, considerando que a Liga está mais competitiva e "questões paralelas fizeram aumentar a rivalidade". Técnico comentou o fim do diferendo entre federação e dragões
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Repetiu a receita de se fazer acompanhar por jogadores com os quais foi campeão ou que estão habituados a ganhar, como o Ben Romdhane?
-Sim. Qualquer jogador que esteja no Benfica foi escolhido num coletivo, mas eu tenho uma palavra decisiva. Isso é claro. Trazer jogadores que eu conheço e fazem os outros melhores todos os dias é fundamental para mim. As grandes equipas fazem-se assim. Sobre o Ben Romdhane, joguei muitas vezes contra ele na Liga dos Campeões Africanos e é um líder, mas estou mais do que satisfeito com o trabalho diário de todos. Costumo dizer-lhes que a minha tarefa como treinador não é que sejam soldados à minha ordem. O meu trabalho é transformar cada um deles para tomarem decisões nos momentos decisivos. Nos grandes momentos, são eles que vão decidir.
O campeonato está mais competitivo?
-Benfica, FC Porto, Sporting e Oliveirense são os quatro grandes clubes portugueses. Depois há sempre as surpresas, como o Imortal no ano passado. Este ano, vejo o CAB a crescer. A Ovarense também tem muita qualidade. Foi muito difícil para nós ganhar em Ovar. Está um campeonato muito competitivo. Questões paralelas criaram mais rivalidade, mas é uma rivalidade que tem de ser saudável. Nós não somos inimigos, somos rivais.
Que comentário faz ao fim do diferendo entre a federação e FC Porto?
-Falei sobre essa situação quando fomos jogar ao Porto. Não concordo nada com ela e devia ter sido evitada, com diálogo, antes de começar o campeonato. O basquetebol está por todo o mundo e não me lembro de um caso assim. Foi uma situação má, resolveu-se de maneira muito tardia, com o comunicado que me vou abster de comentar. Houve clubes que foram prejudicados, outros que ganharam em jogos que podiam ter perdido... Agora já não há nada a fazer, mas não precisamos disto. Estou, sinceramente, satisfeito que se tenha resolvido, fundamentalmente por respeito aos jogadores do FC Porto, que não mereciam, a meio do campeonato, que a equipa se retirasse e eles ficassem sem emprego.