A Mulher da Semana | Curiosidades que talvez não saiba sobre Elisabete Jacinto
A piloto foi a primeira portuguesa a vencer a África Eco Race. Mas sabia que é professora de Geografia e autora de manuais escolares?
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Desde Imke Wubbenhorst, a primeira mulher a treinar entre as cinco principais ligas alemãs que respondeu de forma brilhante a uma pergunta absurda, até Elisabete Jacinto, vencedora da África Eco Race, não faltam destaques femininos esta semana.
A escolha acabou por recair para a piloto portuguesa, já que admitiu, aos 54 anos, que é o momento de refletir nas aventuras ao volante, depois de ter sido a primeira mulher a vencer a África Eco Race na prova para os camiões. Toda a gente conhece os dotes de Elisabete no mundo dos motores, mas há outras curiosidades que valem a pena ser lembradas e até mesmo dadas a conhecer a muitos.
O gosto pela Geografia
Nascida a 8 de junho de 1964 no Montijo, Elisabete Jacinto é licenciada em Geografia e concluiu uma pós-graduação na variante de ensino. As aulas, neste momento, estão de parte, mas o cenário pode mudar em breve. "O desporto não dura a vida inteira. Gosto de dar aulas, é uma profissão que me realiza", admitiu a piloto, em entrevista à Rádio Renascença.
Autora de manuais escolares e livros
Elisabete foi co-autora de sete manuais escolares entre os temas de Geografia, claro está, Ciências do Ambiente e Formação Cívica. Ainda escreveu dois livros de banda desenhada, "Os portugas no Dakar" - volumes 1 e 2 - "Irina no Master Rali" e, o mais recente "Elisabete Jacinto: 10 anos em Camião".
Aventuras nas alturas
Não são só as corridas que dão adrenalina a Elisabete Jacinto. A piloto tem o curso de paraquedismo e também já mostrou dotes no alpinismo: em 2008, escalou o Monte Branco numa ação promovida pelo Governo francês.
O primeiro Dakar completo deixou-a...com raiva
Em 2000, ainda ao comando das motos, Elisabete terminou o rali Dakar pela primeira vez e venceu a Taça das Senhoras, mas não pôde deixar de ouvir algumas brincadeiras. Aquela edição terminou mais cedo que o previsto por culpa de ameaças terroristas e a piloto admitiu que as "palmadinhas nas costas" a irritaram. Por isso, em vez de colocar um ponto final da carreira, regressou no ano seguinte. A prova foi duríssima, cheia de quedas e outros problemas...como ossos partidos. Não obstante, Elisabete só parou na meta, mas o feito foi pouco valorizado porque não se traduziu em títulos.
Lançou-se num camião apenas com três meses de carta
Talvez seja o exemplo mais paradigmático de como a portuguesa é destemida. Elisabete Jacinto obteve a carta de condução de pesados em outubro e, logo no mês de janeiro, partiu para o Rali Dakar ao volante de um camião.
A carreira de Elisabete até serve como analogia para a vida: por mais que seja as quedas, levantou-se sempre, nunca deixou de tentar. Os preconceitos, revelou esta semana, também têm de ser ultrapassados: "Os homens estão convencidos que este é o desporto deles e que as mulheres, quando aparecem, é para ficarem lá atrás."