Scott Redding falou do que correu mal na Aprilia e ainda explicou o que o diferencia de Marc Márquez e Valentino Rossi.
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Scott Redding sempre foi um piloto conhecido por dizer aquilo que pensa e, desde que deixou o MotoGP no final da temporada passada para correr nas British Superbikes, o britânico tem-se destacado pelas revelações que vai fazendo.
Agora foi a vez da comparação com Marc Márquez (Honda). Para Redding, o facto de o piloto espanhol ter trabalhado durante tantos anos com as mesmas pessoas foi aquilo que lhe faltou: "Isso e o dinheiro foram as grandes diferenças entre mim e Márquez", começa por afirmar.
"Acho que ele sabe disso. Acho que muita gente o sabe. Muita gente sabe que tínhamos o mesmo talento", acrescenta.
Garantindo respeitar Marc Márquez, admitiu achar que foi eleito por estar em Espanha e que na luta entre ambos, o piloto da Catalunha sempre teve tudo mais facilitado: "Marc chegou com a sua própria equipa Repsol, com uma KTM de fábrica. No ano seguinte, Red Bull KTM de fábrica. Teve a Red Bull e a Repsol atrás dele toda vida. Teve a sua própria equipa de Moto2. Não podes competir com isso", lamentou.
Scott Redding lembrou ainda que enquanto Márquez tinha a ajuda de Emilio Alzamora, ele, com 15 anos, tinha de fazer as coisas sozinho: "Trabalhava no duro, mas não tinha ninguém que me dissesse: 'senta-te, para, pensa. Precisamos de fazer isto e isto'. Eu andava livre", recorda.
"Podes chegar muito longe com o talento, sempre o disse, mas o dinheiro e a direção podem-te levar mais longe", garantiu.
O piloto não se comparou, no entanto, apenas com Marc Márquez. Também falou da sua comparação com Valentino Rossi: "É a mesma história. Sempre esteve no momento certo, no lugar adequado. Foi para a Ducati, era difícil e quis sair. Voltou para a Yamaha, algo mais fácil, pôde fazer resultados e ficou. Seria interessante ver os papéis invertidos", insistiu, garantindo que se lhe tivessem dado a mota de Dani Pedrosa teria feito resultados similares a Rossi.
Scott Redding acabou a lamentar o período difícil na Aprilia, considerando que se foi um balde de água fria foi porque não se tinha preparado mentalmente para o que ia enfrentar: "Durante o inverno pensei que podíamos lutar pelo top 12, top 8, desenvolver a mota e lutar. Acreditei nisso. Perdi cinco ou seis quilos. Não bebi em três meses, nem uma gota. Comia saudável, treinava todos os dias, dormia", garante.
No entanto, a Aprilia pediu-lhe o desenvolvimento da moto e resultados em simultâneo, acabando por perder o lugar. Para 2019, garante que irá continuar a ter a mesma mentalidade.