Rui Bragança vai representar Portugal no taekwondo e já trabalha para o sonho de ser campeão olímpico.
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Rui Bragança, que esta sexta-feira se apurou para os seus segundos Jogos Olímpicos na categoria de -58 kg de taekwondo, assumiu que vai a Tóquio2020 focado em ser campeão, na prova que decorre em 23 de julho.
"Todos os atletas têm o objetivo de serem campeões Olímpicos. Toda a gente pensa nisso. Depois de conquistarmos um lugar nos Jogos, claro que é isso que pensamos. Primeiro, é preciso trabalhar. Hoje, descansar, festejar um bocadinho e saber que os Jogos Olímpicos já começaram e os treinos também", disse à Lusa o vimaranense de 29 anos.
O atleta do Benfica, campeão da Europa em 2014 e 2016 e medalha de ouro nos I Jogos Europeus, em 2015, garantiu em Sófia uma das duas últimas vagas, que lhe permitem ser um dos 16 presentes - a modalidade tem quatro categorias de cada sexo com o mesmo número de competidores - na luta pelo pódio, apesar de reconhecer as dificuldades.
"Basta ver o Rio2016, em que, dos quatro cabeças de série, eu fui o único a passar a primeira ronda. O medalha de ouro era 40.º do ranking, o de prata nem vinha na lista... O Taekwondo é um desporto muito volátil e depende muito do dia, ou, mais do que isso, do momento. Por isso, temos é de trabalhar, baixar a cabeça e chegar lá na melhor forma possível. E, depois de cada combate, pensar nisso (medalhas)", exemplificou.
O atleta do Benfica chegou à final ao bater o búlgaro Daniel Ladzhev, por 26-14, nas meias-finais, depois de ter vencido o arménio Sargis Muradyan, por 17-7, no primeiro combate, e o sueco Frederik Emi Olsen, por 10-6, nos quartos de final.
Face à forma de competir do adversário, admitiu um pouco de "ansiedade" no fim do segundo combate, "apesar da vantagem boa" que andou pelos seis/sete pontos - "no taekwondo atual é muito pouco" - e manteve-se "atento" no decisivo, recordando que um combate "pode acabar a qualquer momento, por KO, faltas e muitas outras formas de ganhar ou perder".
Consumada a qualificação, passou-lhe muita coisa pela mente, sendo que "o primeiro sentimento é o de que valeu a pena todo o esforço".
"Não estou aqui para recordes, mas porque gosto muito disto. Sou maluco o suficiente para gostar disto. É um excelente prémio para mim e espero que ajude a minha modalidade e o desporto português, pois demos muitos passos atrás com a pandemia. É preciso recuperar. Espero dar boas notícias para o desporto andar para a frente", sublinhou.
Elogiou o desempenho de Júlio Ferreira, que na categoria de -80 kg perdeu o combate decisivo "de forma inglória" e manifestou a esperança de que no sábado Joana Cunha seja mais feliz e se apure para a final, a única forma de estar em Tóquio2020.
Rui Bragança aumentou para 59 o número de portugueses com presença assegurada no Japão e para 13 as modalidades representadas.