Paulo Lopes, líder do clube do concelho de Chaves desde 2015, não esconde o “prazer enorme” em liderar a instituição que lhe diz muito, mas também a toda a sua família. Em ano de bodas de diamante, 75 anos de vida, o Vidago Futebol Clube parece estar a atravessar uma fase de vivacidade depois de tempos mais conturbados
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Paulo Lopes é presidente do Vidago Futebol Clube desde 2015, ano em que assumiu a liderança com grandes dificuldades, por falta de apoios do executivo municipal da altura, que levou mesmo à inatividade do escalão sénior. No entanto, passada essa tormenta, parece estar a vislumbrar-se a bonança e prova disso são os 75 anos que o clube da vila de Chaves está a comemorar.
A O JOGO, começou por confessar o encanto que tem ao liderar o clube da terra, ainda para mais num ano de tamanha importância. “É uma responsabilidade, um gosto e um prazer enormes. Sou um ex-atleta, filho de um ex-presidente do clube, muitos anos diretor, irmão de um ex-jogador do clube e atualmente também tenho o meu filho aqui a jogar. Tem muito significado o Vidago Futebol Clube, tanto para a família Lopes como para a família Vidago. Considero que estou na cadeira de sonho”, avançou. E acrescentou ter como principais projetos estabilizar e fazer crescer o clube. “Quando entrei havia vários problemas internos, como a requalificação do campo, que apesar de algum atraso ainda espero inaugurar neste primeiro semestre. Está a dar algum trabalho, mas queremos fazer uma obra para o futuro que consiste no alargamento e colocar o campo com as medidas para competições nacionais, que é um dos objetivos de sempre do clube e meter um relvado novo. E depois requalificar a parte da iluminação”.
O dirigente lembra ter assumido o Vidago “num ano difícil porque na época anterior o Município não apoiou as instituições do concelho e quem cá estava decidiu suspender as atividades seniores. Havia muita falta de material, equipamento e tivemos que começar do zero”. Agora, estabilizada a situação, sonha participar na conquista de um segundo título do clube, reconhecendo, no entanto, que o limite do clube será sempre o Campeonato de Portugal.
Do programa comemorativo dos 75 anos do Vidago FC, destaque para o livro a ser lançado no verão, com 250 páginas e “artigos inéditos que ainda ninguém viu”, garantiu o presidente. A obra a publicar resulta do trabalho de uma comissão liderada por João Silva e pelo sócio honorário do Vidago Eduardo Brás. Entretanto, já foi apresentada a camisola que assinala a data, uma réplica aproximada daquele que foi o equipamento de 1949.
Outro ponto alto das comemorações dos 75 anos do Vidago Futebol Clube será a homenagem aos sócios com 25 e 50 anos de filiação. Para o efeito, serão entregues alfinetes de prata e de ouro, respetivamente. Além disso, será inaugurada uma exposição com vestuário, taças e fotografias do clube, terminando as festividades com um jantar de gala, que está previsto venha a ter lugar no final do ano.
“Temos a ambição do segundo título”
Bruno Castelo jogou no Vidago e é o responsável pela reestruturação do clube em termos competitivos. Natural de Chaves, o dirigente está ligado ao Vidago há 16 anos. Fala das adversidades da pandemia, da descida do Campeonato de Portugal e da conquista do único título do clube, no qual foi protagonista.
Bruno Castelo, diretor desportivo do Vidago, explica algumas das medidas que teve que implementar para dar uma nova vida ao clube. Começando pela ambição e pelo sonho, ele que pertenceu, como jogador, à equipa que conquistou o único título da coletividade, o de campeão da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Vila Real, na época de 2006/2007.
“Temos essa grande ambição de voltar a conquistar títulos, sim. Nos últimos cinco anos, além da subida aos nacionais, tivemos o azar de subir no ‘ano covid’, que foi uma fase muito complicada, porque não tínhamos público nas bancadas e estávamos com o orçamento mais pequeno do Campeonato Portugal. Mas, mesmo assim, acabámos por não conseguir a manutenção por apenas três pontos”.
No entanto, reforçou o dirigente, foram criadas melhores condições de treino e de infraestruturas e o plantel foi reestruturado para “apostar nos jovens da região, tentando sempre cativar os melhores”, reconhecendo, porém, as dificuldades em ombrear com outros emblemas da zona com capacidades financeiras bem maiores. E como tem sido possível combater isso? “Falando-lhes do nosso projeto desportivo”, a única arma do Vidago neste momento, explicou.
Apesar de a sua principal função estar centrada nos seniores, gostava de ter todos os escalões de formação no clube, algo que não é possível atualmente, destacando, no entanto, a parceria que existe, nesse domínio, com a Geração Benfica, que envolve cerca de 130 atletas.