Artur Fernandes, presidente da Associação Nacional dos Agentes de Futebol, defende que será "uma grande vitória se em Portugal conseguirmos fazer o mesmo" que os agentes de futebol ingleses que venceram uma disputa judicial contra a FIFA
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Artur Fernandes, presidente da Associação Nacional dos Agentes de Futebol (ANAF), espera que Portugal “também esteja a caminho da suspensão da implementação do regulamento abusivo da FIFA que prevê restrições nos agentes de futebol, tal como já feito em seis dos sete mais importantes campeonatos do mundo”.
Recorde-se que os agentes de futebol ingleses venceram esta quinta-feira uma disputa judicial contra a FIFA em relação ao seu novo regulamento, que prevê restrições na sua profissão.
A FIFA pretende introduzir a obrigação de licenciamento para os agentes, um limite nas comissões que ganham com as transferências e salários dos jogadores, que seja proibida a representação múltipla e que os seus ganhos sejam colocados num sistema bancário central, através de um mecanismo de compensação financeira sediado em Paris.
No entanto, essas exigências não serão aplicadas em Inglaterra, já depois de um tribunal de Dortmund também ter decidido que nenhuma agência alemã é obrigada a seguir este novo regulamento da FIFA sobre negócios de transferências.
Artur Fernandes, presidente da ANAF e diretor internacional da CAA Stellar, empresa que esteve envolvida na decisão inglesa, considera que “o mais relevante é que se conseguirmos fazer uma coisa idêntica em Portugal será, acima de tudo, uma grande vitória para o futebol português e para os jovens da formação”.
Artur Fernandes defende ainda que “este regulamento da FIFA viola princípios fundamentais da livre representação, da livre negociação e é também uma violação à proteção de dados”. “Sempre representou um ataque claro aos clubes dos países do sul da Europa, aos países formadores e, principalmente, aos clubes e aos jovens portugueses e a Portugal por ser o maior país formador de talentos do mundo”.
Desta forma, revelou, a ANAF tentou, “de forma cordial”, negociar nos últimos meses, com o governo de Portugal para suspender o regulamento da FIFA e que “pusesse em prática uma regulamentação benéfica para o futebol português”. “Tendo acontecido o que aconteceu a nível governamental e, assistindo a tudo o que acontece nos campeonatos mais importantes do mundo, parece evidente que Portugal encontrará uma solução idêntica para bem dos seus clubes e dos seus jovens”, concluiu Artur Fernandes.