As Associações Distritais e Regionais de Futebol escreveram uma carta ao presidente da Federação Portuguesa de Futebol, na sequência de uma reunião no dia 6 de novembro
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As Associações Distritais e Regionais de Futebol (ADR) enviaram este sábado uma carta destinada a Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), na qual reclamam um “assento” no grupo de trabalho relativo à gestão de arbitragem.
Na sequência de uma reunião que teve lugar no dia 6 de novembro, as Associações Distritais e Regionais salientam a sua importância e representatividade na formação e apresentação dos árbitros nacionais e exigem uma “consulta” da sua parte em assuntos da FPF, incluindo arbitragem.
De resto, as federações sublinham que o aproximar do final do atual mandato da direção da FPF não é o momento ideal para alterações nesta matéria.
Leia a carta na íntegra:
"As Associações Distritais e Regionais de Futebol reuniram-se no passado dia 6 de novembro, com intuito de analisar e refletir sobre a proposta apresentada no dia 2 de novembro, pela via telemática, pelo Sr. Presidente do Conselho de Arbitragem, José Fontelas Gomes.
“Do exposto gostaríamos de considerar o seguinte:
1 – Entendem as Associações Distritais e Regionais que, num assunto desta natureza, as mesmas como sócios de pleno direito da Federação Portuguesa de Futebol, deveriam ter tido assento no referido grupo de trabalho, uma vez que a gestão atual da arbitragem tem uma dimensão global;
2 – Relembramos que é nas Associações Distritais e Regionais que é feito o processo de recrutamento, de formação, de retenção e de iniciação desportiva dos árbitros;
3 – Relembramos ainda que todo o trajeto dos árbitros está intimamente ligado às Associações Distritais e Regionais, prova disto é que quando os mesmos atuam, surge sempre a respetiva ligação a uma AF, independentemente da prova onde sejam nomeados;
4 – Um assunto desta dimensão necessita de maior discussão e análise, onde a base e a iniciação de tudo não podem nem devem ser descurados numa hipotética alteração de gestão desportiva;
5 – A apresentação deste documento além de não ser comum às entidades que constituíram o grupo de trabalho, não confere uma maturação suficiente e plena para que o mesmo tenha sido colocado em consulta pública, sendo inclusive inimigo da assertividade que todas as instituições que gerem e regulam o futebol pretendem;
6 - Pese embora as Associações Distritais e Regionais não tenham sido ouvidas neste processo, consideramos ser de elementar justiça que as mesmas estejam sempre presentes na consulta prévia, (seja relativo à arbitragem, seja sobre outras matérias) e nunca serem remetidas para uma consulta pública;
7 – Entendemos ainda que o contexto atual que vivemos, fim de um ciclo governativo por parte da atual Direção da FPF, não se coaduna a que sejam efetuadas alterações de gestão futura, condicionando por sua vez a visão de quem sucederá, futura Direção da Federação Portuguesa de Futebol e respetivo Conselho de Arbitragem.
8 – Estaremos, como sempre, disponíveis para fazer parte de todas as soluções em prol do desenvolvimento, transparência e credibilidade do futebol, contudo é nosso entendimento que este assunto deverá ser analisado, refletido com maior profundidade, logo após o início do próximo ciclo governativo da Federação Portuguesa de Futebol."