Um penálti arrancado pelo goleador das águias deu balanço ao campeão que, assim, voltou aotopo da Liga, ainda que à condição
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A entrar em campo antes dos rivais, o Benfica assumiu desde logo ao que vinha e, mesmo tendo demorado a aquecer a máquina, rapidamente se colocou em vantagem, com um golo de Mitroglou a dar o mote logo ao minuto 13. Se, até pela envolvência do encontro, se poderia perspetivar que se seguiria nova cavalgada goleadora, a realidade demonstrou que esta não seria uma vitória com tranquilidade à mistura. E só a qualidade e experiência de Jonas voltou a ser decisiva para o Benfica regressar ao topo da classificação, embora à condição, dado que o Sporting apenas entra em campo amanhã.
Sem Gaitán, de fora, devido a uma lesão ligeira, e com Carcela no seu posto, o Benfica viveu em demasia das movimentações de Jonas, o grande desequilibrador de uma estrutura contrária que se apresentou com muitos remendos, mas que o técnico Jorge Simão tratou de juntar com cola resistente. O goleador das águias funcionou como pivô de todo o futebol ofensivo das águias, a construir, a distribuir, a criar espaços e, sobretudo, a decidir da marca de penálti, num lance que ele próprio provocou, para grande indignação dos pacenses.
Com uma dezena de jogadores de fora da partida, o treinador dos castores foi obrigado a construir um dique com o material humano que tinha mais à mão, lançando o lateral-direito Bruno Santos como central, recuando ainda André Leal para médio recuado. E este obstáculo até se foi mantendo seguro, apesar de algumas infiltrações. Em pressão alta, o Paços de Ferreira até foi conseguindo estancar a saída de bola dos encarnados e reequilibrou a contenda. Diogo Jota, bom de bola e incisivo nas suas ações pela esquerda, devolveu a igualdade ao marcador com um grande golo apenas dez minutos após a abertura do espetáculo.
A equipa da casa, mesmo diminuída nas suas opções, aguentou o impacto, mas não resistiu ao choque de Jonas, que conquistou e concretizou um penálti, nos segundos finais da segunda parte. Este lance permitiu às águias lançar os dados de forma diferente na etapa seguinte porque, mesmo com um meio-campo sem chama ofensiva - Samaris amarrado às marcações e dobras e Renato Sanches em evidente quebra física -, foram valendo as arrancadas em velocidade de Carcela, a capacidade de Mitroglou de segurar a bola no ataque e as investidas de Jonas para manter o adversário em sentido. Mas foi num lance de bola parada que Lindelof aumentou a contagem, numa altura em que o Benfica já a justificava, porque dispôs das melhores ocasiões de golo e, sobretudo, porque do lado contrário se mantinha a vontade, a abnegação, mas uma quase ausência de lucidez ofensiva, principalmente desde que Diogo Jota passou a ser mais bem policiado, com Samaris a empenhar-se na proteção a André Almeida.
Contudo, e contrariamente a outras jornadas, o Benfica abrandou, acusou algum desgaste que, embora Rui Vitória o explique como periférico, afetou o rendimento central da equipa. O Paços, num assomo espontâneo e já depois de Mitroglou e Salvio terem desperdiçado a sentença final, ainda obrigou Júlio César a aplicar-se, mas aí já nada havia a fazer.