Eliminar o Bayern rende sete milhões de euros, ampliando para 35,5 milhões o lucro na prova. Os reforços custaram... 34
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A passagem aos quartos de final já valeu o maior encaixe financeiro com prémios na Liga dos Campeões alguma vez realizado por uma equipa portuguesa, mas chegar às meias-finais da prova significará para o Benfica um enorme balão de oxigénio no que à tesouraria diz respeito. Deixar o Bayern Munique para trás levará aos cofres da Luz mais sete milhões de euros e, somando estes aos 28,5 já realizados até ao momento, é possível chegar a um total de 35,5 milhões de euros. Luís Filipe Vieira poderá encontrar as mais diversas vias para canalizar a verba, mas a verdade é que esta chega para cobrir, por exemplo, todo o investimento feito pela SAD em reforços nesta época: 34,29 milhões de euros (ver quadros abaixo).
Aos quase dez milhões de euros empregues na metade dos direitos económicos de Raúl Jiménez somou-se a avultada verba para a compra dos restantes 50 por cento de Pizzi (7,26 milhões) e também os Meuro 5,6 a pagar por Cervi - o argentino só chegará na próxima época, mas entrou nos últimos relatórios e contas da sociedade anónima, pelo que já estão aqui contabilizados. Os prémios pagos por Taarabt e as contratações de Carcela, Jovic e Grimaldo engrossam um bolo onde também entram os 800 mil euros pagos ao Fulham pelo empréstimo de Mitroglou. E tudo isto poderá então ser coberto por uma choruda transferência da UEFA no final desta época, sendo que neste balanço não se incluem as receitas a garantir com o "market pool" (mercado televisivo), um valor que, a julgar pelo histórico recente, não será inferior a quatro milhões de euros. Para além disso, as águias também aproveitam a Champions para esgotar a Luz e as receitas de bilheteira são outra das parcelas que só poderão folgar ainda mais estas contas.
Para estar ainda vivo na competição por altura das meias-finais, é imperativo, todavia, superar ou anular uma série de estatísticas e ainda contrariar um historial muito negativo. Afinal, depois de ter perdido (1-0) na Alemanha, o Benfica precisa agora de vencer a formação bávara, algo que até hoje nunca aconteceu - em sete encontros, o melhor que o emblema da Luz logrou foram dois nulos caseiros (em 1975/76 e 1981/82). Para ganhar, é preciso marcar pelo menos um golo aos comandados de Pep Guardiola, mas, na condição de visitados, os encarnados também só lograram festejar um tento, e numa partida em que os alemães acabaram por sair vencedores (3-1).
Como se isso não bastasse, a máquina trituradora alemã leva 16 jogos fora de casa na Liga dos Campeões sob o comando de Guardiola e só não marcou em quatro deles: Arsenal (2015/16), Barcelona e Shakhtar Donetsk (2014/15) e Real Madrid (2013/14). As derrotas fora do Allianz Arena com o espanhol ao leme ficam-se pela mão-cheia (Real Madrid, Manchester City, FC Porto, Barcelona e Arsenal), sendo que, dos resultados destes jogos, apenas o do Manchester City (3-2) afastaria o Benfica logo no final dos 90" - um desaire igual ao de Madrid (1-0) levaria, neste caso, o jogo para prolongamento.
E se quase nem é preciso referir a abissal diferença orçamental entre águias e alemães, o Bayern Munique atropela ainda vários registos estatísticos na presente edição da Liga dos Campeões. O campeão germânico é não só a equipa com mais vitórias na prova (sete, a par de Real Madrid, Barcelona e Wolfsburgo), mas também aquela que marca mais golos. E neste caso, soma o dobro dos tiros certeiros dos encarnados (26 contra 13), 11.ºs nesta lista. Ribéry e companhia são ainda a equipa que mais remates faz enquadrados com a baliza na competição, levando 79 tiros, contra os 49 do Benfica (6.º).