Em 2011, o agora matador dos juniores do Benfica saiu pela primeira vez da Guiné-Bissau para se mostrar em Portugal, num Mundialito. Cinco anos depois já é considerado um exemplo no Seixal
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José Gomes, de apenas 16 anos, reforça o protagonismo no Benfica, após Nuno Gomes, diretor da formação do clube, ter garantido, em entrevista à revista do Sindicato dos Jogadores, que o avançado tem "condições para jogar na equipa principal e na Seleção". José Gomes é também uma vitória do departamento de prospeção encarnado, que acabou por ser mais despachado que Sporting e FC Porto. Primeiro aproveitando a falta de acordo com o rival de Alvalade quando o miúdo veio para Portugal; depois convencendo-o a continuar no Seixal, numa altura em que os portistas colocaram na mesa uma proposta tentadora.
A aventura de José Gomes começou na Academia Vitalaise, na Guiné-Bissau. "Vi um miúdo franzino que de repente fintou dois outros miúdos, fazendo a bola tabelar numa mangueira que estava colada a um muro; não o fez no muro, fez de propósito na mangueira, e pensei que quem fazia isto tinha de ser incrível", conta, a O JOGO, Vital Sauane, responsável pela academia que descobriu o jovem.
Técnica, força, bom jogo aéreo e eficácia na finalização foram alguns dos atributos que sobressaíram em José Gomes e que levaram o empresário Pedro Porto a acreditar nele. Em 2011, no Mundialito de Vila Real de Santo António, no Algarve, José Gomes - de apenas 12 anos, e pela primeira vez fora da Guiné - brilhou.
O jogador voltou a casa, mas por pouco tempo; regressou a Portugal, com o Sporting na mira, mas os leões não fecharam o acordo, na fase final de Godinho Lopes como presidente. Atento, o Benfica agarrou-o. Sempre um ou mais escalões à frente da sua idade nos encarnados, foi colocado no Sacavenense para ali jogar nos juvenis, mesmo sendo iniciado. A ideia era dar-lhe mais exigência, mas tornou-se numa oportunidade para o FC Porto atacar. Ao que O JOGO apurou, os dragões mostraram o Olival ao avançado e fizeram-lhe uma boa proposta, mas não chegou. "Já tinha sido dada a palavra ao presidente Luís Filipe Vieira", admite Vital Sauane. A recompensa pela fidelidade aconteceu em abril de 2015, quando assinou contrato profissional: "Quero continuar a evoluir para um dia chegar à equipa A do Benfica."