Financiamento avança agora em Wall Street

Aproveitando a fase atual de recuperação dos mercados financeiros, o Benfica encontrou uma forma alternativa de financiamento, integrando um fundo ainda em fase inicial que emite "títulos de futebol", vendidos a investidores internacionais em Wall Street, bolsa nova-iorquina, nos Estados Unidos.

De acordo com o diário espanhol "Expansión", o clube da Luz fará parte de um grupo de clubes europeus, entre os quais está o Atlético de Madrid, que cederam parte dos seus direitos televisivos, de receitas com a transferência de jogadores ou de bilheteira a um fundo de investimento, o XXIII Capital Financing 1, tendo recebido 67,32 milhões de euros na operação e pagando 3,73 por cento de juros.

Segundo a publicação, a responsável pela estruturação deste fundo foi a XXIII Capital Limited, entidade financeira sediada em Londres - à qual o Benfica cedeu os créditos devidos pelo Mónaco em relação à transferência de Bernardo Silva, antecipando a receção dos 15,75 milhões de euros - e especialista em novas fórmulas de investimento. "A este tipo de processo chama-se emissão de títulos de futebol", refere a O JOGO Camilo Lourenço, especialista em economia, explicando: "É uma antecipação de receitas. Os clubes cedem direitos futuros a um fundo e este emite títulos para venda aos investidores. Assim, pagando uma taxa de 3,73 por cento, os clubes recebem de imediato as verbas que iriam receber no futuro, seja em direitos televisivos ou venda de jogadores, por exemplo, ficando o fundo com os créditos devidos."

"É uma solução alternativa, já que os bancos não concedem empréstimos neste momento, ou fazem-no com juros muito altos. Assim, os clubes têm financiamento por juros mais baixos. E os investidores, numa altura em que existe grande liquidez, têm também maior rendimento", refere, avisando, porém: "Os clubes precisam de ter a sua atividade operacional muito equilibrada para gerirem bem estas receitas antecipadas."