O Benfica segue na perseguição ao líder sem abanar e com nova exibição convincente
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O Benfica continua firme e seguro na perseguição ao líder, aparecendo no retrovisor do Sporting sem desfocar. Joga bem, segue embalado numa série de vitórias consecutivas e, com elas, embala também um entusiasmo cada vez mais evidente.
A onda vermelha que ontem encheu as bancadas em Moreira de Cónegos estendeu-se depressa ao relvado, por conta de uma espécie de milagre tático da multiplicação que apanhou o Moreirense desprevenido: as subidas alternadas de Renato Sanches e Samaris, articuladas com os movimentos interiores de Gaitán e Pizzi, estes compensados pelo atrevimento dos laterais, criaram desequilíbrios que bem cedo se tornaram fatais para a equipa da casa. Numa dessas subidas, Samaris dançou na frente de um adversário antes de entregar a Pizzi a responsabilidade de tirar um cruzamento que serviu de bandeja o golo a Jonas. E Jonas, ou não tivesse ele 21 golos em 20 jogos, mostrou-se o habitual sinónimo de eficácia, abrindo caminho a nova goleada. O entusiasmo do público encontrava, assim, eco rápido na equipa; e o vice-versa também se aplica.
Abanado por esta entrada sem tréguas, o Moreirense procurou sacudir os estilhaços, recuperar o fôlego e deu até sinais de querer responder à altura. Iuri Medeiros, em duas ocasiões, aqueceu mesmo as mãos a Júlio César. Apesar dessas ameaças e de uma certa ilusão de equilíbrio, o Benfica continuava dono e senhor do ritmo de jogo. Renato Sanches acelerou-o novamente ainda antes do intervalo com um passe que começou por parecer fenomenal, a meio do caminho já parecia algo mal calculado, mas, depois, um esforço de Eliseu devolveu-lhe o sentido, com um posterior cruzamento a condizer para um desvio certeiro de Mitroglou. Fácil, fácil. A vantagem engordava, assim como a tranquilidade benfiquista.
A segunda parte anunciava-se como um passeio para descomprimir. E foi. Iuri Medeiros continuava a remar quase sozinho contra uma superioridade evidente. Aliás, só havia uma dúvida: quantos golos ainda marcaria o Benfica? Da cartola de Jonas saiu mais um e meio: o primeiro marcou-o ele, com contributo decisivo de Pizzi; no outro, o brasileiro assistiu Gaitán. Aos dois da primeira parte, juntavam-se outros dois na segunda, numa conta equilibrada e simples que espelhava um domínio incontestável - posse de bola, controlo do ritmo de jogo e eficácia no aproveitamento das oportunidades. Com limitações, Miguel Leal socorreu-se das armas disponíveis no banco, mas a única que realmente ameaçava estava em campo desde o início. Aliás, numa espécie de justiça poética, o esforço de Iuri Medeiros acabou por ser compensado no último lance, com um golo que não beliscou a exibição firme dos benfiquistas.