Conselho de Ética pede demissão a Le Graet: "Mostrou que perdeu lucidez..."
As polémicas declarações do presidente da Federação francesa em relação a Zinedine Zidane ainda fazem correr muita tinta no universo francês.
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O Conselho de Ética da Federação Francesa de Futebol (FFF) apelou esta terça-feira que Noel Le Graet, presidente do organismo, deve apresentar a demissão, devido às polémicas declarações que prestou em relação a Zinedine Zidane, treinador que chegou a ser associado ao cargo de selecionador francês.
"Fazemos um chamamento ao presidente da Federação para que se retire das suas funções. Necessitamos de um poder forte e sereno, o que lamentavelmente não é o caso. Não vamos deitar a perder os bons resultados económicos e desportivos da FFF com uma polémica que sai mais nas páginas cor de rosa do que em secções de futebol. O presidente Le Graet fez declarações que mostram que perdeu parte da sua lucidez. Precisamos de serenidade para continuar. Quando algo começa, não sabemos quando acaba. Ele é um homem que está cansado e, para governar uma Federação com dois milhões de licenças, pressupõe-se que não se perca a calma e serenidade, como ele fez", apontou Patrick Anton, líder do Conselho de Ética.
Recorde-se que a decisão da FFF acabou por ser a renovação de contrato do selecionador Didier Deschamps até 2026, com Le Graet a reagir aos rumores em torno de Zidane com comentários que suscitaram muitas críticas.
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"Se Zidane tentasse falar comigo, nem falaria com ele. O que lhe iria dizer? Provavelmente: Olá senhor, não se incomode, procure outro clube. Acabei de acertar tudo com Didier [Deschamps]", referiu o líder da FFF.
Questionado sobre a possibilidade de Zidane vir a ocupar o lugar de Tite à frente da seleção do Brasil, Le Graet voltou a ser pouco cordial para com o antigo internacional francês.
"Não me surpreenderia se Zidane fosse para a seleção brasileira. Mas o que ele faz não me diz respeito. Nunca estive com ele, nunca ponderámos não continuar com o Didier [Deschamps]. Se me custaria vê-lo ir para lá [Brasil]? Não me faz diferença", atirou.
Estas declarações, que levaram mais tarde a um pedido de desculpas por parte de Le Graet, foram alvo de muitas críticas na comunidade internacional, sendo que até o governo francês reagiu com desagrado, pedindo ao comité executivo da FFF que "assuma as suas responsabilidades".
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