Villas-Boas e Paulo Sousa: dois casos que parecem contrariar o que disse Mourinho
Na atual temporada, o Marselha e o Bordéus estão em posições bem melhores do que aquelas em que terminaram nas sete épocas anteriores.
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Com treinadores portugueses ao comando, o Marselha e o Bordéus estão a ter uma das melhores épocas dos últimos anos. Orientados por André Villas-Boas, os marselheses ocupam a segunda posição, enquanto os girondinos, com Paulo Sousa, ocupam a quarta posição da tabela.
Lugares que não têm sido habituais para estes emblemas. Pelo contrário. Nas últimas sete temporadas, o Marselha nunca terminou a liga francesa acima da quarta posição, enquanto, no mesmo espaço de tempo, o melhor que o Bordéus conseguiu foi o sexto lugar.
José Mourinho disse recentemente que a qualidade dos treinadores nada tem a ver com os países de origem, mas Paulo Sousa não terá a mesma opinião, uma vez que, antes de começar esta época, destacava a criatividade como um fator diferenciador - e comum aos lusos. "O treinador português é em geral muito criativo e capaz de ultrapassar as dificuldades. Somos evoluídos e competitivos", assinalou.
E a verdade é que, em particular, Sousa merece destaque especial pelo trabalho que está a efetuar num Bordéus em plena crise administrativa. Ontem mesmo, os adeptos radicais do clube montaram arraiais em frente à sede, manifestando-se ruidosamente a pedir a demissão do presidente. Resumindo: os dois maiores acionistas (ambos dos Estados Unidos) não se entendem, o que pode obrigar o clube a vender as principais joias em janeiro. Indiferente ao problema administrativo, Sousa viaja hoje a casa do Stade Reims para tentar consolidar a quarta posição.
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Em Marselha, por sua vez, Villas-Boas tem sabido, com dotes de magia, restituir a grandeza de um clube que é o segundo com mais títulos (nove, só atrás do Saint-Étienne, com dez). A ajudá-lo, a acuidade de Benedetto e a categoria de Payet, a fazer uma das melhores épocas dos últimos anos.
Ontem, a equipa obteve em casa o quarto triunfo seguido na prova, frente ao Brest (2-1), reduzindo para cinco pontos a desvantagem para o PSG, que amanhã defronta o Mónaco de Leonardo Jardim. Para já, intacto continua o prestígio dos treinadores portugueses em França, onde já brilharam nomes como Artur Jorge, Leonardo Jardim (ambos campeões) ou Sérgio Conceição.