Responsável do órgão, "com base na prevenção do crime" de "corrupção" alargou, ainda, o pedido de boicote feito ao país nórdico a mais nações
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Okokrim Lonseth, chefe da unidade de combate ao crime financeiro da Noruega, considera que o país deve boicotar o Campeonato do Mundo de 2022, ou seja, que a seleção nórdica, por ora em lugar de qualificação, não dispute a competição no Catar.
O apelo justifica-se, segundo Lonseth, à dimensão avultada de verbas implicadas na celebração de vínculos contratuais inflacionados relativos à organização da prova.
"A corrupção tem de ter uma consequência. Em que outra indústria neste mundo podemos ver grandes quantias de dinheiro envolvidas na adjudicação de contratos sem consequências?", questionou Okokrim Lonseth, que prevê a repetição destas atividades ditas ilícitas em novas edições do Campeonato do Mundo.
"Se o Campeonato do Mundo do Qatar decorrer normalmente, sem consequências, aumentará o risco de que a atribuição de eventos futuros possa também estar sujeita a corrupção", considerou Okokrim Lonseth, citado pelo portal "Inside World Football".
O chefe da unidade de combate ao crime financeiro da Noruega, "com base na prevenção do crime" alargou, ainda, o pedido de boicote feito ao país nórdico a mais nações. "O mundo inteiro do futebol deveria [boicotar o Mundial]", completou Lonseth.
A contestação da Noruega ao Mundial do Catar não é, de resto, inédita. Nos últimos meses, o presidente da Federação Norueguesa de Futebol (FNF), Terje Svendsen, clarificou que "não apoiou a decisão de atribuir o Mundial" ao país árabe.
Num congresso extraordinário da FNF, convocado para votar uma moção de censura à prova, 368 delegados votaram a favor, enquanto 121 foram contra. Porém, a Noruega continua a lutar por uma vaga no Mundial, o que não consegue desde 1988.