Miguel Galán, pré-candidato à presidência da Federação Madrilena de Futebol, é o dono da marca registada VAR, segundo o Instituto da Propriedade Industrial da União Europeia
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Miguel Galán é um nome que voltou ontem a ser protagonista das notícias em Espanha, mas a decisão do EUIPO, o Instituto da Propriedade Industrial da União Europeia, terá uma repercussão mais vasta.
Aquele organismo da UE deu razão ao espanhol na disputa que mantinha com a operadora televisiva Mediapro a propósito da propriedade do conceito e da designação Video Assistant Referee. Depois de ter iniciado o processo contra Galán, a Mediapro perdeu em toda a linha, cabendo-lhe pagar todas as custas. E, embora esta decisão seja passível de recurso, o expectável é que Miguel Galán possa explorar a marca registada VAR durante os próximos dez anos, como escreve o jornal "AS", do país vizinho.
"Vou notificar a RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol, n.d.r.) e a Mediapro para que deixem de usar o nome VAR e posteriormente vou negociar com a FIFA a venda da propriedade industrial da marca", declarou ao diário espanhol Galán, acrescentando: "Também não ponho de parte começar a comercializar com operadores de outros países a implementação do VAR, uma vez que também me foi concedida a marca na China e nos Estados Unidos".
Caso vem do século passado
O conceito do que hoje se conhece como VAR terá nascido da mente de um antigo cientista espanhol da NASA, Antonio Ibañez de Alba, como conta o jornal "AS", a meio da década de 1990. Mas a propriedade da invenção nunca foi pacífica e incluiu vários processos judiciais, até que em fevereiro de 2019 aparece Miguel Galán envonvido na história, associado a López.
Galán reparou que havia seis registos da designação VAR e, com 850 euros, registou de forma mais descritiva a marca VAR-Video Assistant Referee. Cerca de dois meses depois, ainda durante o período de oposição a que o registo de marcas normalmente está sujeito, a Mediapro reclamou formalmente, dizendo já ter registado a marca VAR (simplesmente) desde junho de 2018.
A EUIPO decidiu agora a favor de Galán, mas tendo em conta o alcance geográfico e as instituições que pode afetar (FIFA, UEFA...), é de crer que este caso tenha mais episódios.