Uma história que podia ter sido diferente? "Não me sinto português, escolhi a Bélgica"
Yannick Carrasco deixou cair o "Ferreira" da camisola e, no domingo, prepara-se para entrar em campo frente a Portugal.
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Companheiro de João Félix no Atlético de Madrid, a carreira de Yannick Ferreira-Carrasco podia ter seguido um caminho diferente e, em última instância, o extremo estaria a vestir a camisola da Seleção Nacional, fruto da sua ascendência lusa: o pai é português.
Mas as circunstâncias da vida acabariam por distanciar o agora internacional belga do progenitor, que abandonou a mãe de Yannick quando este era ainda uma criança. "Quando és um miúdo e não notas que o teu pai não está, então está tudo bem. A minha mãe fez o trabalho de mãe e pai. Tudo o que sou, devo-o a ela", reconheceu o atacante em entrevista ao jornal "El Mundo".
Carrasco acabaria por deixar cair o "Ferreira" da camisola - algo que a mãe, Carmen, diz ter sido "o melhor presente que recebeu" -, mas, apesar do afastamento do pai, reconhece conservar alguns traços das raízes lusitanas. "Conservo o temperamento português. (...) Tenho família em Sevilha, mas os meus parentes mais próximos estão na Bélgica. O jogo contra Portugal, em Espanha, será especial por si só, não por causa da minha vida privada", afiançou o jogador.
A terminar, uma garantia: representar Portugal nunca chegou a ser uma verdadeira hipótese para Carrasco. "Não me sinto português. Formei-me no Genk, escolhi a Bélgica e quero ganhar este Euro", rematou. No domingo, terá pela frente os campeões da Europa em título, a partir das 20h00, em Sevilha.