ZOOM - Último da liga inglesa recebeu quase 110 milhões em direitos de televisão
ZOOM - O Huddersfield Town, despromovido ao escalão secundário, recebeu 96,6 milhões de libras (109,68M€). O Liverpool teve a melhor receita do ano: 173M€. Regras mudam para o ano... mas pouco.
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Dizer que o Liverpool recebeu cerca de 173 milhões de euros (M€), correspondentes a 152,4 milhões de libras, em direitos comerciais e televisivos centralizados na Premier League não é grande novidade. Este é o saldo do também finalista da Champions (e isso serão outras receitas), partida que disputará com o Tottenham, equipa que recebeu 164M€, conforme anunciou o organismo que tutela a liga inglesa. Portanto, maior notícia, para nós portugueses, é o menor saldo: o Huddersfield recebeu 109,68M€ (96 milhões de libras)!
Os primeiros seis classificados na Inglaterra estão todos acima dos 142 milhões de libras (161M€)
Os números são astronómicos e referem-se apenas às receitas provenientes das propriedades comuns geridas pela Premier League na época que agora termina: direitos centralizados comerciais (patrocínios comuns à competição) e televisivos (dentro e fora do Reino Unido). Um total de 2.456 milhões de libras convertidos em moeda europeia: 2.797M€ (quase dois mil e oitocentos milhões de euros).
Conforme pode ver no quadro (disponível aqui e no tweet abaixo), entre o Liverpool (segundo classificado, que ganhou uns pozinhos mais do que o campeão Manchester City) e o Huddersfield (primeiro e último) há menos que o dobro da diferença.
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Para estabelecer um paralelo, especulando (porque não há números oficiais) em torno da diferença entre Benfica e FC Porto face ao Feirense (último classificado em Portugal), falamos de algo entre os mais 40M€ anuais (conforme relatos à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) e um número de algarismo solitário e oficialmente desconhecido. Já para não falar dos "míseros" 126M€ estimados pela UEFA no que diz respeito ao valor global dos direitos de TV da liga portuguesa por contraponto ao valor global distribuído pela Premier League: os quase três mil milhões de euros.
Os primeiros seis classificados na Inglaterra - Manchester City, Liverpool, Chelsea, Tottenham, Arsenal e Machester United - estão todos acima dos 142 milhões de libras (161M€), imediatamente seguidos pelo Everton e pela muito lusitana equipa do Wolverhampton (de Nuno Espírito Santo, João Moutinho, Rúben Neves, Diogo Jota...), com cerca de 145M€.
Diz a Premier League que, segundo um estudo da consultora EY, contribuiu com mais de 3,3 mil milhões de libras (3,7 mil milhões de euros) em impostos para a economia do Reino Unido e com 7,6 mil milhões de libras (8,6MM€) para o seu PIB.
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Recordando que a liga portuguesa é a única na Europa mais ocidentalizada (quase única do Cabo da Roca ao Cabo Zhelaniva, na Rússia) que não tem direitos televisivos comercialmente centralizados, fica a fórmula de distribuição dos ingleses, que será alterada na próxima temporada:
1 - Receitas de transmissão no Reino Unido:
a) 50 por cento igualmente partilhados;
b) 25 por cento com base na frequência com que os jogos de um clube são transmitidos no Reino Unido ("facility fees");
c) 25 por cento partilhados com base na tabela classificativa (pagamento por mérito).
2 - Receitas comerciais centralizadas: partilhadas igualmente pelos clubes.
3 - Receitas internacionais: partilhadas igualmente pelos clubes.
Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham - os "big six" ingleses - serão os maiores beneficiados pela nova fórmula dos direitos internacionais.
Mudanças nos direitos internacionais
É precisamente no ponto 3 que haverá alterações a implementar no ciclo 2019-22, acabando a partilha igualitária. A nova fórmula de divisão das verbas geradas pelos acordos internacionais dos direitos de televisão da Premier League entra em vigor a partir da próxima época. Mas os Media ingleses têm feito contas e prevê-se um fosso grande entre os seis maiores emblemas e os restantes.
Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester City, Manchester United e Tottenham - os "big six" ingleses - serão os maiores beneficiados pela nova fórmula dos direitos internacionais, colocando um ponto final na que existe desde que a Premier League foi fundada, em 1992.
Os ingleses estimam em cerca de 88 milhões de euros (75 milhões de libras) a diferença (em três épocas) entre os primeiros e os últimos classificados na distribuição sob essa nova fórmula, que, ainda assim, garante a cada emblema, anualmente, um mínimo de 40,7 milhões de libras (cerca de 47,7 milhões de euros), uma média com base no valor que até aqui recebiam (apenas relacionado com as transmissões no estrangeiro). Acima disso, será calculado com base na diferença gerada pelo incremento do valor dos direitos internacionais, que se prevê crescerem mais de 25 por cento.
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Note-se que o valor recebido por cada emblema, conforme o quadro anunciado pela Premier League correspondente a esta época, foi ligeiramente superior: um pouco mais de 43 milhões de libras (cerca de 48M€).
De resto, continua a ser a mais rentável liga europeia neste capítulo dos direitos de transmissão televisiva. Aliás, conforme o jornal espanhol AS comparou (sem a parcela dos direitos comerciais) com a liga que é nossa vizinha (no tweet acima), o campeão Barcelona, que teve maiores rendimentos de TV (143M€), fica abaixo dos primeiros seis ingleses.
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